Confrades receberam a comenda da Ordem da Resistência: performance do artista plástico Le BarbaDivulgação/Ascom
Publicado 21/09/2023 10:13
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Niterói – Baluarte da arte e da cultura em Niterói, o artista plástico e insurgente Luiz Carlos de Carvalho (Le Barba) criou as Segundas Insurgentes – encontros onde debate e recebe convidados sobre temas artísticos no Yorubar, na Praça da Cantareira – com transmissão ao vivo pelas redes sociais do artista. Não satisfeito e com razão, decidiu ir além: fazer uma noite performática em uma de suas já tradicionais Segundas Insurgentes, que aconteceu na última segunda-feira (18), às 18h. O evento convidou criadores de diversos setores artísticos da cidade. Todos foram assumir seus papéis na recém-criada Ordem da Resistência, receberam suas comendas e falaram algumas palavras. Segundo Le Barba, todos os meses três insurgentes da cidade serão convidados para integrar a confraria.
“Eu, Le Barba, autoproclamado Ministro da Contracultura da Comuna Insurgente da Cantareira, proclamo a criação da Ordem da Resistência. Inspirada na Orden del Tornillo ou Ordem do Parafuso, criada em 1948 pelo pintor argentino Quinquela Martin com o objetivo de homenagear os loucos, aqueles que tinham um parafuso a menos; a Ordem da Resistência é conferida aos resistentes insurgentes que, de alguma maneira, contribuem ou contribuíram para o livre pensamento da arte e cultura libertária. Esta performance oficializa a Ordem da Resistência, em ato festivo no Yourubar, penúltima barricada resistente e Insurgente”, declarou o artista, em seu discurso performático, com a participação dos confrades presentes.
Foram convidados a receber a comenda da Ordem da Resistência Ricardo Pimenta (artista plástico); Leonardo Rivera (jornalista e diretor artístico); Renato Cruz, Elena Gomes e José Cícero (diretores do Yorubar); Márcia Muller (museóloga); Rodrigo Mello (artista visual, skatista e tatuador); Luiz Sérgio de Oliveira (artista visual); Caroline Alciones Leite (doutora em artes visuais); Davi Baltar (grafiteiro); Aline Pereira (produtora cultural); Raimundo Rodriguez (artista visual e ativista cultural) e Sandro Gomes (cervejeiro artesanal). Houve, também, uma homenagem póstuma ao saudoso artista plástico, crítico de arte e restaurador Cláudio Valério Teixeira, ícone da cidade, que recebeu a comenda in memorian.
SOBRE LE BARBA
Niteroiense nascido no Fonseca, em 6 de novembro de 1952, Luiz Carlos Carvalho (Le Barba) começou a sua carreira em 1973 publicando quadrinhos em jornais de bairro da cidade. Chegou a publicar um desenho no lendário jornal O Pasquim. Filho de Francisco de Carvalho e Silva Filho e Mercedes de Carvalho e Silva e aluno do Liceu Nilo Peçanha, o artista se engajou no setor cultural bem cedo, aprendendo com o pai.
Sempre – e até hoje – ligado no futuro, suas experimentações e performances sempre propõem algo de coletivo e assertivo para a arte. Chegou até a street art como forma de expressão e declarou que “a pintura concreta é muito limpa e isso me incomoda, quero soltar meu gesto como se ele estivesse aprisionado. Quando erro, incorporo meus erros e crio várias camadas. Brinco que a tela parece para mim a pele do corpo humano enquanto a pele do corpo urbano são os muros e paredes”, compara.
Em cinco décadas de produção artística, exposições individuais e outras tantas coletivas, no Brasil e em países como França, Portugal, Espanha, EUA, Paraguai e Argentina, alguns movimentos foram importantes como referência para Le Barba. “A Pop Art, a Arte Conceitual, o Construtivismo Concreto e Neoconcreto, e a Nova Objetividade Brasileira”, lembra o artista visual niteroiense. Ele trabalhou em museus e dirigiu o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, que fica no Campo de São bento, Icaraí. Le Barba também foi membro do Conselho de Cultura de Niterói e do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura. De Niterói para o mundo.
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