Sintronac: assembléias vão debater questões urgentes dos rodoviáriosDivulgação/Ascom
Publicado 28/09/2023 09:02
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Niterói – Rodoviários do Leste Fluminense se reúnem em uma série de assembleias, no início de outubro, na abertura da campanha salarial da categoria para 2023/24, em um momento de grave instabilidade financeira do setor de transportes de passageiros e incertezas quanto ao futuro do sistema de ônibus. Nos encontros, os trabalhadores definirão a pauta de reivindicações, que será apresentada aos patrões, cuja base é a reposição inflacionária dos últimos 12 meses anteriores à data-base, que é em 1º de novembro, mais um percentual de aumento real, conforme definido pelas assembleias de 2022.
As assembleias, convocadas pelo Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) para os dias 2, 3 e 4, ocorrerão em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí e reunirão rodoviários desses municípios, além dos de Casimiro de Abreu, Maricá, Rio das Ostras, Silva Jardim e Tanguá. Há uma forte insatisfação entre os trabalhadores pela não reposição das perdas salariais durante os anos de pandemia do coronavírus, que, após intensas negociações do sindicato com os patrões, foram reduzidas, em 2022, a 5%.
“Há anos avisamos que o sistema de ônibus entraria em colapso e precisava sofrer alterações drásticas. A pandemia acelerou isso e revelou o detalhe mais perverso de toda essa equação desastrosa: a população e os trabalhadores são os que mais sofrem com o desastre dos transportes, a primeira por pagar caro sem ter o serviço que merece e, o segundo, por amargar perdas salariais, que, nas condições atuais, só serão repostas se houver uma intervenção significativa do poder público. Caso isso não ocorra, não haverá alternativa para os trabalhadores a não ser uma mobilização sem precedentes em nossa história, que poderá, se a categoria entender como legítima, chegar a uma greve, piorando ainda mais o problema. Os rodoviários já se sacrificaram muito e não estão mais dispostos a isso”, alerta Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sintronac.
Rubens avalia que o transporte público foi um dos setores da economia mais penalizado pela ausência de políticas governamentais, que deveriam, por dever constitucional, ter sido implementadas para garantir a sustentação e o desenvolvimento do sistema, assegurando à população um serviço de excelência, a baixo custo ou mesmo a custo zero, e a milhares de trabalhadores do setor empregos e salários dignos.
“Há iniciativas, em nossa base territorial, para garantir esse direito constitucional à população, como é o caso de Maricá, que adotou o sistema de tarifa zero, com o custo totalmente subsidiado, e de Niterói, que pretende estabelecer um subsídio sobre o valor das passagens. No entanto, no primeiro, o número de ônibus em circulação está se revelando insuficiente para atender as demandas dos usuários, que esperam até 50 minutos nos pontos, em alguns casos. No segundo, o subsídio será fixado sobre uma tarifa, que até reduzirá o custo para os passageiros, mas para os trabalhadores e para as próprias empresas será trocar seis por meia dúzia, pois a arrecadação final não irá cobrir as perdas salariais, assim como o custo operacional das companhias”, afirma o presidente do Sintronac. “Sem o estabelecimento de uma tarifa técnica, teremos sérios problemas em nossa negociação salarial. Uma coisa reflete na outra”, conclui Rubens.
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