Publicado 23/08/2024 12:03
Niterói - Talíria Petrone Soares é professora, política e ativista brasileira. Exerceu o mandato de vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara Municipal de Niterói, tendo sido a mais votada em 2016. Foi eleita deputada federal pelo mesmo partido nas eleições de 2018 e reeleita nas eleições de 2022.
Filha de um músico conhecido na cidade e de uma professora, Talíria nasceu na Ponta d'Areia e passou a infância no Fonseca. Formada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestra em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi professora da rede pública de ensino. Durante a faculdade, trancou o curso de História e foi a Portugal atuar como atleta profissional de vôlei. Retornou após dois anos.
Politicamente, iniciou sua formação e militância em partido em 2012, no PSOL. Em 2016, buscou novamente a eleição, em uma decisão que envolveu a amiga Marielle Franco, onde ambas decidiram concorrer às Câmaras Municipais, Talíria em Niterói e Marielle no Rio. Foi vereadora por dois mandatos, sendo eleita Deputada Federal como a nona mais votada do RJ. Em 2022, foi reeleita como a terceira mais votada do estado. Concorrendo à Prefeitura de Niterói no pleito deste ano, Talíria aposta no choque de gestão. “Niterói está estagnada! A cidade merece e pode mais. É a cidade do futuro! Vou cuidar do município e de cada pessoa que vive aqui. Niterói será o melhor lugar para se viver e ser feliz do Brasil!”, disse ela.
O DIA – O que a experiência de ser deputada federal soma em sua trajetória política para essa primeira candidatura à Prefeitura da cidade?
TALÍRIA PETRONE - “Fui a vereadora mais votada da cidade e pude conhecer bem a máquina municipal. E como deputada federal, nestes dois mandatos, consegui trazer mais de 46 milhões para a cidade – em áreas como saúde, educação, assistência social e cultura. Só para o Hospital Antônio Pedro, a emenda articulada por nós angariou recursos de parlamentares de diferentes espectros políticos – de PL a PT – garantiu, com 12 milhões, a compra de um equipamento, o Pet Scan, que não existia na Região Metropolitana, indicado para cuidados de pessoas com câncer, o que é fundamental para um hospital que tem 40% do seu atendimento na área oncológica. Tenho certeza que já conseguimos fazer muito como vereadora e deputada federal, e podemos fazer muito mais ao assumir a Prefeitura”.
O Governo Federal declara que apoia seu opositor, Rodrigo Neves. No entanto parte dos filiados do PT regional esteve em seu evento e declarou voto em você – o que causou desconforto nos dirigentes locais, que reclamaram. Você tem apoio de parte dos filiados do PT?
“O apoio dos petistas à nossa candidatura é mais que natural, já que estivemos ao lado do Partido dos Trabalhadores nos momentos recentes mais difíceis da nossa democracia – o golpe contra a presidenta Dilma, a prisão ilegal do Lula – e na última eleição presidencial, quando apoiamos o presidente Lula e o ajudamos a ser o mais votado desde o primeiro turno em Niterói, que foi a única cidade da Região Metropolitana onde obteve a maioria dos votos. É natural que esta aliança se mantenha agora, assim como também é natural que um partido como o PT entenda que está na hora da cidade sair da estagnação. Niterói precisa ser a melhor cidade do Brasil para se viver e ser feliz. Com um orçamento de 6.3 bilhões por ano os problemas da cidade são inadmissíveis. Quase três mil crianças fora da escola, uma saúde pública que não está funcionando – embora o Programa Médico de Família tenha nascido aqui na minha cidade – e 39% das pessoas morando em assentamentos precários, além de 25% das pessoas na pobreza. Um cenário que fez com que uma cidade potente como Niterói ficasse parada no mesmo lugar. Por isso a adesão de alguns petistas e do PSB, que rompeu com a atual gestão e está na nossa coligação. Vale lembrar que sou a única deputada federal do Presidente Lula em Niterói”.
No seu plano de governo, se eleita, qual será a sua prioridade para mudar os rumos da condução política e renovar esse quadro na cidade?
PublicidadeFilha de um músico conhecido na cidade e de uma professora, Talíria nasceu na Ponta d'Areia e passou a infância no Fonseca. Formada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestra em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi professora da rede pública de ensino. Durante a faculdade, trancou o curso de História e foi a Portugal atuar como atleta profissional de vôlei. Retornou após dois anos.
Politicamente, iniciou sua formação e militância em partido em 2012, no PSOL. Em 2016, buscou novamente a eleição, em uma decisão que envolveu a amiga Marielle Franco, onde ambas decidiram concorrer às Câmaras Municipais, Talíria em Niterói e Marielle no Rio. Foi vereadora por dois mandatos, sendo eleita Deputada Federal como a nona mais votada do RJ. Em 2022, foi reeleita como a terceira mais votada do estado. Concorrendo à Prefeitura de Niterói no pleito deste ano, Talíria aposta no choque de gestão. “Niterói está estagnada! A cidade merece e pode mais. É a cidade do futuro! Vou cuidar do município e de cada pessoa que vive aqui. Niterói será o melhor lugar para se viver e ser feliz do Brasil!”, disse ela.
O DIA – O que a experiência de ser deputada federal soma em sua trajetória política para essa primeira candidatura à Prefeitura da cidade?
TALÍRIA PETRONE - “Fui a vereadora mais votada da cidade e pude conhecer bem a máquina municipal. E como deputada federal, nestes dois mandatos, consegui trazer mais de 46 milhões para a cidade – em áreas como saúde, educação, assistência social e cultura. Só para o Hospital Antônio Pedro, a emenda articulada por nós angariou recursos de parlamentares de diferentes espectros políticos – de PL a PT – garantiu, com 12 milhões, a compra de um equipamento, o Pet Scan, que não existia na Região Metropolitana, indicado para cuidados de pessoas com câncer, o que é fundamental para um hospital que tem 40% do seu atendimento na área oncológica. Tenho certeza que já conseguimos fazer muito como vereadora e deputada federal, e podemos fazer muito mais ao assumir a Prefeitura”.
O Governo Federal declara que apoia seu opositor, Rodrigo Neves. No entanto parte dos filiados do PT regional esteve em seu evento e declarou voto em você – o que causou desconforto nos dirigentes locais, que reclamaram. Você tem apoio de parte dos filiados do PT?
“O apoio dos petistas à nossa candidatura é mais que natural, já que estivemos ao lado do Partido dos Trabalhadores nos momentos recentes mais difíceis da nossa democracia – o golpe contra a presidenta Dilma, a prisão ilegal do Lula – e na última eleição presidencial, quando apoiamos o presidente Lula e o ajudamos a ser o mais votado desde o primeiro turno em Niterói, que foi a única cidade da Região Metropolitana onde obteve a maioria dos votos. É natural que esta aliança se mantenha agora, assim como também é natural que um partido como o PT entenda que está na hora da cidade sair da estagnação. Niterói precisa ser a melhor cidade do Brasil para se viver e ser feliz. Com um orçamento de 6.3 bilhões por ano os problemas da cidade são inadmissíveis. Quase três mil crianças fora da escola, uma saúde pública que não está funcionando – embora o Programa Médico de Família tenha nascido aqui na minha cidade – e 39% das pessoas morando em assentamentos precários, além de 25% das pessoas na pobreza. Um cenário que fez com que uma cidade potente como Niterói ficasse parada no mesmo lugar. Por isso a adesão de alguns petistas e do PSB, que rompeu com a atual gestão e está na nossa coligação. Vale lembrar que sou a única deputada federal do Presidente Lula em Niterói”.
No seu plano de governo, se eleita, qual será a sua prioridade para mudar os rumos da condução política e renovar esse quadro na cidade?
“É urgente um choque de gestão na Prefeitura. São 14 mil cargos, sendo mais de 7 mil por indicação política. Isso prioriza os interesses particulares do Prefeito e precariza os serviços públicos, que deveriam estar chegando com qualidade no povo. A gente vai fazer isso profissionalizando a gestão, realizando concursos públicos para diferentes áreas. Existe possibilidades para isso em um orçamento como este, que é um dos maiores do Brasil – e com 3 bilhões em caixa e 1 bilhão disponível dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal para fazer concurso público e fortalecer o servidor. Essa reestruturação administrativa para uma Niterói eficiente, a serviço das pessoas e não dos interesses de pequenos grupos políticos. E se tem uma coisa que nessa gestão vai mal é a saúde – que vai ser prioridade para nós. Hoje Niterói amarga um dos piores índices da atenção básica do Brasil, segundo dados do próprio Ministério da Saúde. Temos baixa cobertura do programa Médico de Família. Vamos ampliar e garantir 100% de cobertura do Médico de Família e fazer um Mutirão de Check-Up – porque sabemos que prevenção é que salva vidas”.
Parte do eleitorado brasileiro considera que você segue os passos de Marielle Franco, mas você é de Niterói. Acredita que aprendeu muito com a companheira política e que sua visão é compartilhada com a visão que ela teve?
“Marielle e eu fomos eleitas no mesmo ano. Ela foi a 5ª mais votada na Capital e eu a mais votada a vereadora em Niterói. Construímos os nossos mandatos juntos enquanto foi possível. Depois da execução brutal da Mari eu fui convocada para uma responsabilidade de levar as pautas e questões que travávamos em nossos mandatos aqui em Niterói e no Rio, desta vez para o Brasil, no Congresso Nacional. E estou lá nestes últimos anos, honrando este legado de Marielle, lutando pelos direitos de quem mora na favela, pelas mães, lutando para colocar o pobre no orçamento, pelo direito à moradia, direito a saúde para todo mundo. E agora tenho a responsabilidade de fazer com que estas demandas que são da maioria do povo, estejam priorizadas na gestão municipal e é o que a gente vai fazer. E é também por Marielle que nós sabemos que chegou a hora da primeira mulher prefeita assumir a cidade de Niterói”.
Quais são as primeiras atitudes práticas que vai tomar na cidade de Niterói, se eleita?
“São muitos desafios. O primeiro deles é garantir que nenhuma criança esteja fora da escola já no primeiro dia do ano letivo de 2025. Por isso vamos criar um Plano Emergencial que garanta a ampliação das vagas – seja com o uso de equipamentos da educação pública que estejam desativados ou com o uso dos CIEPS, que hoje não são usados como escolas, mas são municipalizados no Cantagalo e no Fonseca, podendo possibilitar mais mil vagas para a educação pública municipal. Vamos manter so projetos sociais que lá acontecem. E faremos uma busca ativa nos territórios para entender onde estão as demandas por vagas em toda a cidade. Ao longo da gestão vamos dobrar o número de vagas de escola em tempo integral, garantir a educação de jovens adultos – em uma cidade que tem mais de 7 mil pessoas analfabetas. Enfim, fazer com que de fato a população tenha direito a aprender. Este é um direito das crianças. Brizola já falava que direitos iguais são para todo mundo, os privilégios só para as crianças. E essa vai ser uma receita que nós vamos aplicar aqui na cidade”.
Parte do eleitorado brasileiro considera que você segue os passos de Marielle Franco, mas você é de Niterói. Acredita que aprendeu muito com a companheira política e que sua visão é compartilhada com a visão que ela teve?
“Marielle e eu fomos eleitas no mesmo ano. Ela foi a 5ª mais votada na Capital e eu a mais votada a vereadora em Niterói. Construímos os nossos mandatos juntos enquanto foi possível. Depois da execução brutal da Mari eu fui convocada para uma responsabilidade de levar as pautas e questões que travávamos em nossos mandatos aqui em Niterói e no Rio, desta vez para o Brasil, no Congresso Nacional. E estou lá nestes últimos anos, honrando este legado de Marielle, lutando pelos direitos de quem mora na favela, pelas mães, lutando para colocar o pobre no orçamento, pelo direito à moradia, direito a saúde para todo mundo. E agora tenho a responsabilidade de fazer com que estas demandas que são da maioria do povo, estejam priorizadas na gestão municipal e é o que a gente vai fazer. E é também por Marielle que nós sabemos que chegou a hora da primeira mulher prefeita assumir a cidade de Niterói”.
Quais são as primeiras atitudes práticas que vai tomar na cidade de Niterói, se eleita?
“São muitos desafios. O primeiro deles é garantir que nenhuma criança esteja fora da escola já no primeiro dia do ano letivo de 2025. Por isso vamos criar um Plano Emergencial que garanta a ampliação das vagas – seja com o uso de equipamentos da educação pública que estejam desativados ou com o uso dos CIEPS, que hoje não são usados como escolas, mas são municipalizados no Cantagalo e no Fonseca, podendo possibilitar mais mil vagas para a educação pública municipal. Vamos manter so projetos sociais que lá acontecem. E faremos uma busca ativa nos territórios para entender onde estão as demandas por vagas em toda a cidade. Ao longo da gestão vamos dobrar o número de vagas de escola em tempo integral, garantir a educação de jovens adultos – em uma cidade que tem mais de 7 mil pessoas analfabetas. Enfim, fazer com que de fato a população tenha direito a aprender. Este é um direito das crianças. Brizola já falava que direitos iguais são para todo mundo, os privilégios só para as crianças. E essa vai ser uma receita que nós vamos aplicar aqui na cidade”.
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