Publicado 16/10/2024 17:28
Niterói - A editora Nitpress lança, dia 17/10 em Niterói e dia 28/10, no Rio de Janeiro, ambos às 18h, o terceiro volume da coleção “Diálogos com Pensadores da Educação Brasileira”, este dedicado a Florestan Fernandes, patrono da Sociologia no País e árduo estudioso da complexa estrutura de classes nacional, marcada pelo racismo e pela desigualdade. O livro, organizado pelos professores Waldeck Carneiro e Viviane Merlim Moraes, reúne artigos de 18 intelectuais sobre a vida e a obra de Florestan; e tem prefácio de Gaudêncio Frigotto, posfácio de Dermeval Salviani e depoimento de Menga Lüdke.
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo em 22 de julho de 1920 e morreu na capital paulista em 10 de agosto de 1995. Foi deputado federal por aquele estado por duas legislaturas, de 1987 até o ano de sua morte. De origem humilde, trabalhou desde a infância, inclusive como auxiliar de barbearia, engraxate e garçom, enquanto cursava a escola primária.
O intelectual nunca conheceu o pai. Viveu em cortiços na capital paulista, até que sua mãe foi trabalhar para a tradicional família Bresser, cujo patriarca, o militar prussiano Carlos Abrão Bresser, havia chegado ao País em companhia de Dom Pedro II, para construção de estradas e pontes, tornando-se uma das famílias mais importantes para a história da cidade. Foi apadrinhado pela neta de Abrão, Hermínia Bresser, que o fez se interessar pela leitura e pelos estudos.
Graças a Hermínia, Florestan concluiu o ensino básico e o curso de madureza, dedicado à educação de jovens e adultos, que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial. Formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Creditava aos percalços da infância o despertar de sua sensibilidade pela população mais pobre e pela estratificação social brasileira.
“Aquilo que poucos da plebe conseguiam ter, a ideia do que era a outra vida, a vida dos ricos, dos poderosos – eu era capaz de perceber através de experiências concretas. Isso foi importante porque me levou a valorizar a instrução, a querer ler e estudar, a procurar uma ponte para não me conformar com aquela situação que eu ficava”, escreveu ele.
É autor de, pelo menos, 17 livros e dezenas de artigos sobre os mais variados temas relacionados à Sociologia e à Antropologia brasileiras. Em 1964, recebeu o Prêmio Jabuti por “Corpo e Alma do Brasil”. Foi deputado Constituinte em 1988 e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Por todo o Brasil e no exterior, auditórios, escolas, bibliotecas e edifícios públicos receberam seu nome.
“Sua obra, de amplitude incomum, incontestável relevância e elevado teor crítico, encontrou muita receptividade no campo acadêmico e nos movimentos sociais, mas, como era de se esperar, também foi objeto de críticas. Uma das mais contundentes reside na tentativa de minimizar a dimensão propriamente científica de sua produção intelectual, sob o pretexto de que tal dimensão teria sido relativizada pelo ativismo político e social de Florestan Fernandes”, afirmam, na orelha do “Diálogos” sobre o pensador, Waldeck Carneiro e Luiz Augusto Erthal, editor da Nitpress. E prosseguem:
“A vida, a obra, as lutas e o legado de Florestan Fernandes seguem indispensáveis no enfrentamento à torrente de autoritarismo, fundamentalismo e ultraliberalismo, prevalente no Brasil no período de 2016 a 2022, que, embora derrotada nas eleições presidenciais de 2022, continua ameaçando a democracia, a soberania e a justiça social no Brasil”, concluem.
PublicidadeFlorestan Fernandes nasceu em São Paulo em 22 de julho de 1920 e morreu na capital paulista em 10 de agosto de 1995. Foi deputado federal por aquele estado por duas legislaturas, de 1987 até o ano de sua morte. De origem humilde, trabalhou desde a infância, inclusive como auxiliar de barbearia, engraxate e garçom, enquanto cursava a escola primária.
O intelectual nunca conheceu o pai. Viveu em cortiços na capital paulista, até que sua mãe foi trabalhar para a tradicional família Bresser, cujo patriarca, o militar prussiano Carlos Abrão Bresser, havia chegado ao País em companhia de Dom Pedro II, para construção de estradas e pontes, tornando-se uma das famílias mais importantes para a história da cidade. Foi apadrinhado pela neta de Abrão, Hermínia Bresser, que o fez se interessar pela leitura e pelos estudos.
Graças a Hermínia, Florestan concluiu o ensino básico e o curso de madureza, dedicado à educação de jovens e adultos, que ministrava disciplinas dos antigos ginásio e colegial. Formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Creditava aos percalços da infância o despertar de sua sensibilidade pela população mais pobre e pela estratificação social brasileira.
“Aquilo que poucos da plebe conseguiam ter, a ideia do que era a outra vida, a vida dos ricos, dos poderosos – eu era capaz de perceber através de experiências concretas. Isso foi importante porque me levou a valorizar a instrução, a querer ler e estudar, a procurar uma ponte para não me conformar com aquela situação que eu ficava”, escreveu ele.
É autor de, pelo menos, 17 livros e dezenas de artigos sobre os mais variados temas relacionados à Sociologia e à Antropologia brasileiras. Em 1964, recebeu o Prêmio Jabuti por “Corpo e Alma do Brasil”. Foi deputado Constituinte em 1988 e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Por todo o Brasil e no exterior, auditórios, escolas, bibliotecas e edifícios públicos receberam seu nome.
“Sua obra, de amplitude incomum, incontestável relevância e elevado teor crítico, encontrou muita receptividade no campo acadêmico e nos movimentos sociais, mas, como era de se esperar, também foi objeto de críticas. Uma das mais contundentes reside na tentativa de minimizar a dimensão propriamente científica de sua produção intelectual, sob o pretexto de que tal dimensão teria sido relativizada pelo ativismo político e social de Florestan Fernandes”, afirmam, na orelha do “Diálogos” sobre o pensador, Waldeck Carneiro e Luiz Augusto Erthal, editor da Nitpress. E prosseguem:
“A vida, a obra, as lutas e o legado de Florestan Fernandes seguem indispensáveis no enfrentamento à torrente de autoritarismo, fundamentalismo e ultraliberalismo, prevalente no Brasil no período de 2016 a 2022, que, embora derrotada nas eleições presidenciais de 2022, continua ameaçando a democracia, a soberania e a justiça social no Brasil”, concluem.
Os dois primeiros volumes da coleção “Diálogos com Pensadores da Educação Brasileira”, também organizados por Waldeck Carneiro, foram sobre Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Para o dedicado a Florestan Fernandes, foram reunidos os professores e intelectuais: Alba Valéria Baensi; Alexsandra Aguiar; Flávia Araujo; Flavio Serafini; Giovanni Semeraro; Graciane de Souza Rocha Volotão; Greyce Kelly Almeida; Iduina Mont’Alverne Chaves; Lia Faria; Lincoln de Araújo Santos; Luciano Vasconcelos; Marcio Mori; Marcos Marques de Oliveira; Maycon Bezerra de Almeida; Michelli Silva Sousa Agra Amorim; Pablo Silva Machado Bispo dos Santos; Roberto Leher; e Valdelúcia Alves da Costa.
LANÇAMENTOS
Dia 17/10, 18h – Sala Carlos Couto – Rua Quinze de Novembro, 35 - Centro, Niterói
Dia 28/10, 18h – Livraria da Travessa – Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 loja 205A
LANÇAMENTOS
Dia 17/10, 18h – Sala Carlos Couto – Rua Quinze de Novembro, 35 - Centro, Niterói
Dia 28/10, 18h – Livraria da Travessa – Shopping Leblon – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 loja 205A
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.