Hospital da Posse teve aumento no atendimento de vítimas de acidente de trânsitoDivulgação/PMNI
Publicado 05/05/2022 19:30
O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) registrou nos primeiros meses de 2022 um aumento do número de vítimas de acidente de trânsito que chegam à emergência da unidade em relação ao mesmo período dos últimos anos. Foram ao todo 1.574 atendimentos a acidentados, um aumento de 67% se comparado ao mesmo período de 2021, com 941 feridos, e 89% em relação a 2020, com 830 atendimentos.
Esse crescimento reforça a importância do “Maio Amarelo”. A campanha tem como objetivo alertar a população para os altos índices de vítimas de acidentes de trânsito, e sobre a necessidade da conscientização, respeito e responsabilidade sobre o assunto.
Levantamento feito pelo HGNI mostra que acidentes com moto lideram o ranking de casos que chegam à emergência, representando 61% dos atendimentos. Atropelamento aparece na segunda colocação, com 18%. Vítimas de colisão com carro aparecem em terceiro lugar, com 11,3% do total. Além destas ocorrências, a equipe médica também recebe feridos por acidente de bicicleta, de caminhão ou ônibus, capotamento e queda de veículos, que, somados, representam 9,7%.
O diretor-geral do HGNI, Joé Sestello, destacou a importância da campanha “Maio Amarelo” para conscientizar a população sobre a necessidade dos cuidados no trânsito. Ele falou sobre a realidade dos atendimentos do hospital, um dos únicos de trauma que recebe pacientes de toda a Baixada Fluminense.
“É fundamental conscientizar a população sobre os atendimentos às vítimas de acidente de trânsito no hospital e também a necessidade de prevenção. Sabemos que existem fatalidades, mas a maioria dos acidentes com moto, por exemplo, poderia ser evitada com direção segura e o uso correto dos equipamentos de proteção. Há também um grande número de atropelados e casos de colisão de carro por imprudência. Todos são casos alarmantes e de risco de vida”, alerta.
Traumatismos cranianos em acidentes de moto chamam a atenção
Os casos de moto chamam a atenção pelo número e pela gravidade. Na maioria das vezes são pessoas entre 18 e 40 anos que pilotam sem utilizar os equipamentos de proteção, principalmente o capacete. Entre os diagnósticos mais comuns estão fraturas dos ossos das pernas e dos braços, além do traumatismo crânio-encefálico (TCE). No HGNI, cerca de 30% dos feridos em acidentes de moto precisam ser internados.
“Infelizmente não é incomum encontrarmos pessoas que levam duas ou mais pessoas na carona da moto, incluindo crianças. Isso representa um risco de vida para toda essa família”, lamenta o diretor-geral do HGNI.
O não uso de capacete é a principal causa de TCE, quando a pessoa sofre uma pancada na cabeça que pode ocasionar em danos neurológicos, entre os pacientes. De acordo com o médico chefe do serviço de neurocirurgia do HGNI, Rafael Baptista de Mello, a vítima pode ter desde lesões simples até quadros de maior preocupação, como crises convulsivas, modificações cognitivas, transtornos de comportamento, afundamento de crânio e mesmo ficar em coma persistente. Em seu atendimento, o paciente pode precisar de um ou mais procedimentos cirúrgicos, ter longa internação, por vezes mais de 30 dias, que ainda sim não há como garantir a plena recuperação de sua saúde física e cognitiva.
“A moto é um meio de transporte com grande chance de queda. Mas se você tiver toda a proteção, talvez não precise de assistência hospitalar. Sem o capacete, não tem como pensar em dirigir moto”, adverte o médico. “O carona também precisa estar equipado e atento durante o percurso. Se ele não conseguir se proteger, pode ser arremessado, ter desde um traumatismo craniano até lesões graves na coluna, que podem provocar paraplegia ou tetraplegia, dependendo do caso”, completou.
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