Publicado 30/05/2022 04:00
Na última semana o terreiro Ilê Axé Omiojuarô – Casa das Águas dos Olhos de Oxóssi, sediado no bairro de Miguel Couto, relembrou os cinco anos de falecimento de sua fundadora Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Yemanjá. Nascida no dia 20 de janeiro de 1931, em Cachoeira, na Bahia, ela era neta de portugueses e africanos escravizados conduzidos ao Brasil se estabeleceu alguns anos depois em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A matriarca e escritora, ao longo de sua vida, sempre se posicionou a favor da justiça social, esteve à frente de mobilizações e atividades de combate à intolerância religiosa, de prevenção das DSTs/HIV/Aids e câncer de mama, à violência contra a mulher, à discriminação racial e de gênero, além de ser publicamente conhecida defensora do meio ambiente.
Mãe Beata também foi conselheira do MIR (Movimento Inter-Religioso), membra do Unipax (que luta pela paz), integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, tendo sido também presidente de honra da ONG CRIOLA e uma das integrantes do ICAPRA, Instituto Cultural de Apoio e Pesquisa das Religiões Afros – espaço para difusão das heranças e tradições dos povos afro brasileiros.
Um de seus grandes legados, para além da contribuição a todos nós com seus saberes e sua própria história de vida, é o espaço sagrado do Terreiro. A Casa promove não apenas suas festividades e funções ritualísticas, mas encontros que já a tornaram reconhecida há anos como espaço de resistência cultural e social. A exemplo da comemoração de seus 37 anos de fundação, que contou com uma programação toda especial e atividades em homenagem à saudosa Iyá n'la Beata de Yemanjá.
Além de intervenções artísticas, atrações musicais e painéis de debate com ações e estratégias voltadas para o enfrentamento ao racismo religioso, juntamente do lançamento da Cartilha “Terreiros em luta: caminhos para o enfrentamento ao racismo religioso”, ocorridos na mesma ocasião.
Babá Adaílton D'Ogum, filho biológico e sucessor espiritual do Terreiro de Mãe Beata, recebeu no último mês de abril convidados e povo de axé para o lançamento do busto da Matriarca do Ilê e do Observatório de Racismo Religioso Mãe Beata de Iemanjá - criado para monitorar casos de racismo religioso envolvendo adeptos de religiões de matriz africana no Estado.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.