Escavação em sitio arqueológico de Vila Iguassú vem revelando tesouros da história da cidade.Divulgação
Publicado 24/05/2023 09:46
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A Superintendência de Pesquisas Arqueológicas de Nova Iguaçu iniciou a escavação na área da Câmara e Cadeia da antiga Vila de Iguassú, que pertence ao Parque Histórico e Arqueológico de Iguassú Velha. Em dois dias de trabalho já foram encontrados fragmentos de louças, garrafas, metais, vidros e cerâmicas. Todo o material será levado para um laboratório montado na antiga estação ferroviária de Tinguá, também restaurada pela prefeitura, para ser higienizado e analisado, identificando a origem e época dele.
Chefiada pelo mestre em arqueologia pelo Museu Nacional Diogo Borges, a operação foi iniciada após autorização dada em abril pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No Parque Histórico e Arqueológico de Iguassú Velha, na região de Tinguá, há a expectativa de encontrar objetos arqueológicos indígenas, que ocuparam a Baixada Fluminense há aproximadamente 10 mil anos.
“Estamos no início da etapa da pesquisa arqueológica no parque. A escavação acontece num terreno de 120 metros quadrados, que está dividido em quadrados de dois metros quadrados para os trabalhos de pesquisa. Escavamos 10 centímetros de cada vez e já estamos em 40 centímetros escavados. Usamos ferramentas manuais, como enxada, colher de pedreiro, pá e alavanca. Depois, esse material passa por um processo de refinamento em uma peneira para ser separado”, afirmou Diogo Borges.
Ainda segundo ele, assim que a escavação for concluída na área da Câmara e Cadeia da antiga Vila de Iguassú, ela será iniciada em outros pontos, como o Porto da Praça do Comércio de Iguassú, Torre Sineira da antiga Igreja Matriz, cemitério de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e outros portos existentes no antigo leito do rio Iguaçu, que foi retificado no início do século XX.
Segundo o secretário de Cultura, Marcus Monteiro, a Cidade de Nova Iguaçu, possui diversos fatos históricos marcantes, como a construção da Igreja Nossa Senhora da Piedade de Iguassú (1699); a abertura da Estrada Real do Comércio, partindo da antiga Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú (1811-1822) e a criação da Vila de Iguassú (1833), bem como a existência de dezenas de aldeamentos indígenas que existiram até o século XVI, antigos engenhos e fazendas, bem como diversos quilombos que datam dos séculos XVII ao XIX, o que com absoluta certeza fará com que este trabalho encontre farto e rico material arqueológico, ajudando a enriquecer a história da Baixada Fluminense.
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