Bate-papo foi conduzido pela médica ginecologista Elaine Araújo, coordenadora do Centro de Atenção Multiprofissional à Violência SexualAlziro Xavier / PMNI / Divulgação
Publicado 11/03/2024 06:30
Nova Iguaçu - Pelo menos duas mulheres vítimas de violência foram atendidas por dia na emergência do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) nos dois primeiros meses deste ano. O número alarmante coloca em evidência a necessidade de discutir e enfrentar esse grave problema. Na última semana, véspera do Dia Internacional da Mulher, foi realizado mais um evento para debater os desafios enfrentados por essas vítimas. A iniciativa reuniu autoridades da saúde, assistência social e segurança pública.
O bate-papo foi conduzido pela médica ginecologista Elaine Araújo, coordenadora do Centro de Atenção Multiprofissional à Violência Sexual (CAMVIS), que funciona há 22 anos dentro da unidade de saúde. Elaine destacou a importância do acolhimento qualificado e da rede de apoio oferecida pelo município de Nova Iguaçu às mulheres.
Representantes do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM-Baixada), ligado à Secretaria de Estado da Mulher, e da Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, também participaram, compartilhando informações para ajudar as vítimas.
"É fundamental que todos os profissionais da saúde compreendam a gravidade e as diversas formas da violência contra a mulher, desde a vulnerabilidade social até a dependência econômica ou psicológica. O atendimento multidisciplinar é essencial para interromper o ciclo de violência enfrentado por essas mulheres", explicou.
Quando uma vítima de violência chega à emergência, ela recebe os cuidados médicos necessários. Casos de violência sexual são encaminhados para o CAMVIS, onde as pacientes recebem acompanhamento por meio de consultas e apoio de equipes de serviço social e psicologia. Em 2023, o HGNI registrou 1.079 atendimentos a mulheres agredidas e 151 notificações de violência sexual. Todos os casos são registrados no Sistema de Agravo de Notificação (SINAN), plataforma estatística de informações do Ministério da Saúde.
"Além de acolher e atender as pacientes, nosso papel é informar aos órgãos competentes para que possam desenvolver políticas que protejam essas mulheres da violência", ressaltou o diretor-geral do HGNI, Ulisses Melo.
Em Nova Iguaçu, as mulheres que sofrem violência podem buscar apoio na Casa da Mulher, no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), no CIAM-Baixada, nas Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM), nas Salas Lilás do IML, além das Delegacias de Polícia (DP). Existem também aplicativos e serviços digitais que podem ser fonte de denúncia ou pedidos de ajuda através de códigos. Em casos de emergência, elas podem entrar em contato pelo telefone 190, da polícia.
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