Hospital da Posse alerta para aumento do número de casos de acidente vascular cerebralRenato Fonseca / PMNI
Publicado 01/11/2024 10:28
Nova Iguaçu - Levantamento feito pelo Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) revela um aumento de 22,5% nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) neste ano. Entre janeiro e setembro, a unidade registrou 1.771 atendimentos, dos quais, 411 resultaram em internações, o que representa 24% do total. Em comparação ao mesmo período em 2023, foram 1.440 atendimentos, com 316 internações, o que significa 22% dos casos.
Publicidade
Se essa tendência persistir, projeta-se que, até dezembro de 2024, o HGNI faça 2.361 atendimentos, com 980 internações, a maior dos últimos cinco anos. Nesta terça-feira (29), Dia Mundial do AVC, a unidade de saúde contabilizava 23 pacientes internados pela doença, o que representa 7% do total geral de sua capacidade.
“O Acidente Vascular Cerebral é uma condição de saúde gravíssima. Em nossas unidades de emergência, seguimos protocolos assistenciais para identificar mais precocemente o conjunto de sintomas, já que o tempo é um fator importante para um bom prognóstico no tratamento do paciente”, explica o secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti.
Em alusão a data, o HGNI promoveu um evento de capacitação, orientação e informação para os funcionários sobre sinais, sintomas, conscientização e prevenção da doença. A ação também contou com a presença da enfermeira Andressa Amaral, que faz parte da iniciativa ANGELS, projeto que qualifica e auxilia centros de saúde que cuidam de pessoas com AVC. Os médicos do HGNI, Carlos Henrique Melo Reis, neurologista, Stephanie Queiroz, neurocirurgiã, e Kléber Santos, coordenador da emergência, também fizeram parte da roda de conversa.
O aposentado Paulo Sérgio Pereira Sigolis, de 68 anos, que ficou internado no HGNI durante cinco dias, após sofrer um AVC, deu seu depoimento sobre como enfrentou a doença. Ele revelou que seus sintomas iniciaram com fortes dores de cabeça do lado esquerdo, seguido da dificuldade em mover a mão e segurar objetos. Se não fosse pela agilidade do seu filho em levá-lo à emergência, Paulo garante que talvez pudesse ter sequelas mais graves.
“O rápido atendimento do hospital foi o diferencial e eu sou muito grato. Foi isso que salvou a minha vida”, contou ele. “Aconselho as pessoas a procurarem um médico para consultas de rotina, pois o que aconteceu comigo foi muito rápido”.
Entenda mais sobre o AVC
O AVC pode ser dividido em dois tipos principais: isquêmico e hemorrágico. O primeiro é o mais comum, representando cerca de 87% dos casos. Ele ocorre quando há uma obstrução de uma artéria por algum coágulo, impedindo a passagem de oxigênio para o cérebro. Já o segundo acontece quando este mesmo vaso sanguíneo se rompe, causando sangramento. É um tipo mais grave com a possibilidade de intervenção cirúrgica. Exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio são essenciais para a confirmação do diagnóstico.
“É muito importante que na suspeita ou início de sintomas compatíveis com o AVC o paciente procure imediatamente uma emergência para que ele possa ser tratado rapidamente, com chances de redução das sequelas”, explica o diretor-geral do HGNI, Ulisses Melo.
Entre os sinais e sintomas da doença estão: fraqueza ou dormência súbita geralmente em um lado do corpo, como rosto, perna ou braço, confusão mental, dificuldade para falar ou entender comandos, alterações na visão, perda de equilíbrio ou coordenação. A prevenção ocorre com controle da pressão arterial, glicemia, consultas médicas regulares, prática de exercícios físicos e alimentação saudável.
Leia mais