Por O Dia

A Educação domiciliar ou ‘homeschooling’ é uma modalidade de ensino que oferece às crianças e adolescentes um contexto de aprendizagem diferente do que se encontra nas escolas. Os dois modelos mais comuns são famílias que contratam professores e pais que se unem para dividir o ensino de determinadas matérias. Em alguns casos, a escola corrige e avalia a aprendizagem dos alunos que não frequentam as aulas. A Educação domiciliar é realidade em países como os Estados Unidos, França, Inglaterra e Portugal. No Brasil, alguns pais fazem pressão para que tal prática seja legalizada.
Segundo essas famílias, educar crianças em casa tem suas vantagens: (1) poder acompanhar de perto o desenvolvimento escolar dos filhos; (2) ficar mais atentos a possíveis problemas de aprendizagem; (3) evitar que as crianças sofram com o bullying e (4) a possibilidade de ampliar o ensino para além dos livros, através de viagens ou passeios agradáveis, sem a necessidade de cumprir cronogramas rígidos.
Poderíamos contrapor cada uma dessas aparentes vantagens através de vários argumentos, mas preferimos listar, da mesma forma, os argumentos contrários: (1) a didática de ensino é dever da escola e acontece de forma integrada com outros processos e possui uma rotina programada que o ensino domiciliar não é capaz de acompanhar, por mais bem estruturado que seja; (2) o pressuposto da família é que como o adulto já frequentou a escola e sabe mais do que a criança, pode ensiná-la, o que é uma premissa falsa já que a mediação didática é uma competência específica do professor; (3) a relação emocional entre pais e filhos gera tensão que muitas vezes é prejudicial ao controle emocional de uma criança ou de um jovem para que aprenda com segurança e tranquilidade; (4) comprovadamente, aprender individualmente não é mais eficaz do que aprender em interação com outras crianças.
Por fim, se a criança não se adapta à determinada instituição de ensino os pais devem buscar soluções para resolver o impasse junto à escola e não simplesmente optar pela educação domiciliar. Há um tipo de aprendizagem que só acontece na escola, as que pressupõem a relação cotidiana entre pares. Entre eles estão a capacidade de argumentação, de ouvir o outro e convencê-lo sobre uma perspectiva, de perceber que regras valem para todos e, até mesmo, aprender a se defender. Enfim é na escola que se ensaia a vida em sociedade.

 

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