Publicado 22/07/2020 03:00
A pandemia está mudando o mundo e exigiu das pessoas e sociedades mudanças e readaptações do modo de agir que muito provavelmente não voltarão mais a ser como antes. Todos tiveram que exercitar nova visão sobre a maioria das coisas, como agir, como ver o seu semelhante, modelos de gestão, entre outros. E nesse exercício é possível identificar acertos e erros ou, simplesmente, novos procedimentos que podem trazer benefícios para a coletividade.
No Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no primeiro mês da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as operações policiais em comunidades fluminenses durante a pandemia — permitidas apenas em casos excepcionais —, o Rio teve uma queda de 73% nas mortes cometidas por agentes de estado, que atingiram o menor patamar desde dezembro de 2015.
Especialistas divergem, pois uns apontam maior domínio e expansão do tráfico, por outro lado fica claro que a política de confronto, adotada há décadas, já deu o que tinha que dá. Como ressaltamos há anos, cada vez mais fica evidente que é preciso mudar o modus operandi, apostando na inteligência e estratégia.
Para combater a violência é preciso planejamento a médio e longo prazo, considerando o envolvimento de outras áreas sociais, como educação, saneamento, moradia etc. que precisam caminhar junto com a força de segurança.
Já se falou exaustivamente que o poderio que o narcotráfico alcançou não será combatido só com ações policiais. A criminalidade está entranhada nos variados setores da sociedade, com tentáculos por toda parte que precisam ser identificados e desfeitos de forma gradual e inteligente.
As mais de mil favelas do Rio, fora as inúmeras comunidades nas demais regiões do Estado, estão armadas até os dentes, respaldadas por braços do crime que facilitam a entrada de armas e drogas. Assim, barbarizam o cidadão e a sociedade como um todo. Não será só com tiro, porrada e bomba que resolveremos o problema. Na realidade, o enfrentamento ao crime organizado é um negócio bem mais complexo.
Em meio a total imprevisibilidade do que ainda vem pela frente até que a situação da saúde se normalize, quem sabe com a chegada da vacina contra o covid-19, precisamos observar e tirar lições. O Rio não pode continuar como está. Chegamos ao fundo do poço e se há uma vantagem nisso é a certeza de que só há um caminho a percorrer: plagiando o bordão do super herói “para o alto e avante”.
*Marcos Espínola é advogado e especialista em Segurança Pública
No Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no primeiro mês da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu as operações policiais em comunidades fluminenses durante a pandemia — permitidas apenas em casos excepcionais —, o Rio teve uma queda de 73% nas mortes cometidas por agentes de estado, que atingiram o menor patamar desde dezembro de 2015.
Especialistas divergem, pois uns apontam maior domínio e expansão do tráfico, por outro lado fica claro que a política de confronto, adotada há décadas, já deu o que tinha que dá. Como ressaltamos há anos, cada vez mais fica evidente que é preciso mudar o modus operandi, apostando na inteligência e estratégia.
Para combater a violência é preciso planejamento a médio e longo prazo, considerando o envolvimento de outras áreas sociais, como educação, saneamento, moradia etc. que precisam caminhar junto com a força de segurança.
Já se falou exaustivamente que o poderio que o narcotráfico alcançou não será combatido só com ações policiais. A criminalidade está entranhada nos variados setores da sociedade, com tentáculos por toda parte que precisam ser identificados e desfeitos de forma gradual e inteligente.
As mais de mil favelas do Rio, fora as inúmeras comunidades nas demais regiões do Estado, estão armadas até os dentes, respaldadas por braços do crime que facilitam a entrada de armas e drogas. Assim, barbarizam o cidadão e a sociedade como um todo. Não será só com tiro, porrada e bomba que resolveremos o problema. Na realidade, o enfrentamento ao crime organizado é um negócio bem mais complexo.
Em meio a total imprevisibilidade do que ainda vem pela frente até que a situação da saúde se normalize, quem sabe com a chegada da vacina contra o covid-19, precisamos observar e tirar lições. O Rio não pode continuar como está. Chegamos ao fundo do poço e se há uma vantagem nisso é a certeza de que só há um caminho a percorrer: plagiando o bordão do super herói “para o alto e avante”.
*Marcos Espínola é advogado e especialista em Segurança Pública
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