Bruno KazuhiroDivulgação
Publicado 14/07/2021 03:00
O estado do Rio de Janeiro tem vocações conhecidas e extremamente importantes, como a cadeia produtiva do petróleo que pode e deve ser estimulada e ter seus dividendos aproveitados para o desenvolvimento econômico e social estruturado e sustentável de olho no futuro. Mas, ao mesmo tempo e felizmente, dispomos de potenciais que vão além do citado.
Durante mais de um ano e meio como secretário estadual de Infraestrutura e Obras, cargo que ocupei até junho, pude perceber o quanto o Rio de Janeiro tem tudo para dar certo, bastando que haja gestão séria e eficiente, sociedade civil e empresariado engajados, preocupação com a descentralização dos investimentos e da geração de emprego para novas áreas da capital, região metropolitana e para o interior, além da disponibilidade de recursos para infraestrutura viária, urbana e habitacional, o que passa a existir agora com a entrada, dos valores oriundos da concessão da Cedae no tesouro do estado e de dezenas de municípios.
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O Médio Paraíba e o Centro-Sul com seus polos industriais localizados em áreas de grande importância logística para o Sudeste brasileiro, às margens da Via Dutra e da BR-040; o potencial turístico do Vale do Café; as Baixadas Litorâneas e a Costa Verde com suas belezas naturais conhecidas mundialmente; a Região Serrana com seu turismo qualificado e sua indústria têxtil, metalúrgica e cimenteira; o Noroeste com seu café e suas pedras ornamentais; e o Norte com sua proximidade com as reservas de petróleo e gás. Isso tem muito a contribuir com a Região Metropolitana, seu comércio, serviços e mercado consumidor no que diz respeito ao desenvolvimento do estado, desde que haja um planejamento dos setores público e privado, dos governos do estado e municípios, do legislativo e do executivo que leve em conta carências, como a falta de opções viárias no Noroeste, que obriga os veículos com destino à capital a passarem por Minas Gerais, o déficit habitacional em áreas como o Norte e a Baixada Fluminense, onde mais de 25% da população de algumas cidades não possuem um teto digno, a necessidade de urbanização e saneamento na Região dos Lagos e na Costa Verde, onde patrimônios naturais são ameaçados e a urgência da organização do uso do solo na Região Serrana, onde as construções irregulares em encostas são um risco constante.
Quando estive na SEINFRA, debatemos justamente a importância de programas habitacionais que requalifiquem conjuntos onde falta manutenção, construam unidades populares nos municípios onde há escassez de moradia e instalem áreas de lazer e convivência que promovam a qualidade de vida, de contenção de encostas que trazem risco ao entorno e da reforma e construção de equipamentos públicos que façam os serviços públicos mais presentes ou que fomentem o desenvolvimento de diferentes áreas, como no caso do novo Museu da Imagem e do Som, para o qual obtivemos liberação do TCE para retomada das obras.
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Não há dúvida de que o bom aproveitamento dos recursos do petróleo, o fomento às vocações e ao desenvolvimento regionais, a utilização dos recursos da Cedae em pautas estruturantes, a presença dos governos como indutores do desenvolvimento e companheiros de quem mais precisa e o respeito à integridade e à ética são os caminhos para o Rio de Janeiro, que já possui as condições para o sucesso, mas que precisa voltar a acertar. Todo fluminense que atua na gestão pública, seja qual for a esfera de governo, a temática ou o tempo de atuação no setor, deve ter esse sucesso do estado como motivação diária.

* É Mestre em Ciência Política pela UERJ e Bacharel em Direito pela UFRJ. Foi Secretário Estadual de Infraestrutura e Obras (de novembro/2019 até junho de 2021
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