Publicado 31/01/2022 05:00
O livro “Código de Vida”, de Saulo Ramos, é muito atual. É o testemunho de um homem que participou ativamente da vida pública Brasileira nos últimos 50 anos. O autor foi do Gabinete do presidente Jânio Quadros, influente consultor-geral da República e ministro da Justiça no governo do presidente José Sarney. Saulo nos deixou há mais de dez anos, mas seu livro, que continua sendo vendido, virou um clássico.
Seus testemunhos históricos são importantes, destacando-se a questão da posse de Sarney, na trágica madrugada de 15 de março de 1985, a atuação na Constituinte, quando denunciou um verdadeiro golpe, pela via do Parlamento, para mudar o regime e mutilar o mandato do presidente da República. No livro, revela uma conversa no Palácio do Planalto que confirma que, atrás da figura amena e cordial de José Sarney, existe um homem público afirmativo e de atitudes. São depoimentos importantes sobre muita gente.
Impressiona a convicção com que afirma a traição de Luís Carlos Prestes a seus companheiros, ao trocar as facilidades de sua fuga para a União Soviética com a entrega das famosas “cadernetas”, que permitiram ao governo de então prender e desarticular todo o Partido Comunista. Um livro que é histórico e que se tornou referência obrigatória do período em que Saulo atuou na advocacia, na política e no mundo intelectual. E mais: “Código da Vida” revelou um excelente escritor.
Abriu-se com este livro o caminho para uma grande biografia de Vicente Rao, de quem Saulo Ramos herdou o grande escritório e a notável equipe, que o fez titular de uma das mais importantes bancas do Brasil. Saulo foi parcimonioso em relação a seu grande padrinho – por apresentação de Guilherme de Almeida, conforme relata –, que foi dos mais notáveis brasileiros de sua época, defensor da ordem como chefe de polícia em São Paulo em anos difíceis, ministro da Justiça de Getúlio Vargas, entre 1934 e 1937 (antes do Estado Novo), e, depois, chanceler no governo constitucional do inesquecível presidente Vargas. Como gênio das letras jurídicas, a ele devemos inúmeros documentos de valor histórico.
Seus testemunhos históricos são importantes, destacando-se a questão da posse de Sarney, na trágica madrugada de 15 de março de 1985, a atuação na Constituinte, quando denunciou um verdadeiro golpe, pela via do Parlamento, para mudar o regime e mutilar o mandato do presidente da República. No livro, revela uma conversa no Palácio do Planalto que confirma que, atrás da figura amena e cordial de José Sarney, existe um homem público afirmativo e de atitudes. São depoimentos importantes sobre muita gente.
Impressiona a convicção com que afirma a traição de Luís Carlos Prestes a seus companheiros, ao trocar as facilidades de sua fuga para a União Soviética com a entrega das famosas “cadernetas”, que permitiram ao governo de então prender e desarticular todo o Partido Comunista. Um livro que é histórico e que se tornou referência obrigatória do período em que Saulo atuou na advocacia, na política e no mundo intelectual. E mais: “Código da Vida” revelou um excelente escritor.
Abriu-se com este livro o caminho para uma grande biografia de Vicente Rao, de quem Saulo Ramos herdou o grande escritório e a notável equipe, que o fez titular de uma das mais importantes bancas do Brasil. Saulo foi parcimonioso em relação a seu grande padrinho – por apresentação de Guilherme de Almeida, conforme relata –, que foi dos mais notáveis brasileiros de sua época, defensor da ordem como chefe de polícia em São Paulo em anos difíceis, ministro da Justiça de Getúlio Vargas, entre 1934 e 1937 (antes do Estado Novo), e, depois, chanceler no governo constitucional do inesquecível presidente Vargas. Como gênio das letras jurídicas, a ele devemos inúmeros documentos de valor histórico.
Uma pauta para biógrafos como Karla Monteiro ou Anderson Olivieri sobre o homem e as ideais de Vicente Rao, exemplo de dignidade a ser lembrado para as novas gerações – a começar pelos advogados, já que foi presidente, muito jovem, da OAB paulista. Não falta oportunidade para oferecer ao Brasil a biografia definitiva do mestre, que incluirá certamente entre seus discípulos mais brilhantes o próprio Saulo.
E, como o livro demonstrou, é capaz de dar exemplo de coragem num país em que se teme contrariar os esquerdistas, que rotulam seus adversários e não perdoam contestações. Vale o livro e fica aqui a certeza de que Saulo Ramos, com o livro, deixou um grande legado para a nossa história. Uma leitura como essa vai fazer um carnaval melhor.
Aristóteles Drummond é jornalista
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