Paulo César Régis de Souza, vice-presidente da Anaspsdivulgação
Publicado 03/02/2022 05:00
Infelizmente estamos passando por momentos difíceis, com uma pandemia que se arrasta por dois anos, e que a cada momento quando pensamos em estávmos seguros com a primeira dose da vacina, veio a segunda onda. Tomamos a segunda dose e veio a variante Delta, com mais infectados e mais mortes. Partimos então para dose de reforço, agora estamos imunizados, ledo engano. Chegou a variante Ômicron, mais devastadora, que infecta o ser humano mais rápido.

No entanto o mundo não pode parar, o Brasil não pode parar. Na Previdência Social não deve ser diferente, os servidores têm que continuar concedendo os benefícios previdenciários, aposentadorias e pensões.

Temos hoje, com dados do governo, mais de dois milhões de benefícios represados. Represamento que se acentuou nos últimos três anos com a pandemia. Mais de quatro mil militares desembarcaram no INSS para baixar o represamento. Não adiantou. O fechamento das unidades de atendimento com a pandemia não zerou. Quem tinha direito buscou seus direitos expandindo a demanda com concessão precarizada.
Em 2019, o INSS, aos trancos e barrancos, concedeu 5,1 milhões de benefícios (5,1% mais do que em 2018) e em 2020, com a pandemia correndo solta, 4,8 milhões (6,2% menos do que em 2019). Os dados iniciais de 2021 apontam queda de 3,3% na concessão para 4,3 milhões (até novembro). Um milagre! Muito trabalho, mesmo em “home” e, em condições severas.

O INSS não parou! Foi represando e concedendo! Superando todos os desafios que lhe foram impostos pela pandemia e pelo governo. O quadro de servidores do INSS foi duramente sucateado. Mais de 15 mil se aposentaram. Temos hoje 1/4 do número de servidores necessários para a concessão de quatro milhões de benefícios ano e 35 milhões de manutenção de benefícios previdenciários.
Muitos dos nossos servidores estão trabalhando em home (em casa), pergunto em que condições? Usando seus próprios equipamentos, usando sua internet, seu computador, seu celular? Será que o governo está preparado para receber esses abnegados de volta ao trabalho? Terão alguma assistência psicológica, algum treinamento? Algum reconhecimento?

Terão algum aumento salarial, já que estão há mais de três anos sem aumento. Qual o novo plano do governo para acabar com os dois milhões de represamento? Aqui vai minha ajuda e sugestão: concurso público já!
Os dois milhões que estão nessa fila invisível, já pagaram e tem direito a receber. Muitos ignoram que este processo vai fechar a quinta geração de brasileiros atendidos pelo INSS. Serão 100 anos em 24 de janeiro de 2023.

Não vamos culpar os dirigentes do INSS, presidentes e diretores, muito menos os servidores, sabemos que todos lutam diariamente por uma solução, mas não existe fórmula mágica sem servidores. Tentaram com retorno de aposentados, com terceirizados, com militares reformados. Deu tudo errado.
Acreditamos nos dirigentes do INS,S somos previdenciários, somos brasileiros. Não desistimos nunca. Concurso público para o INSS JÁ !!!
Paulo César Régis de Souza é vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade Social-ANASPS.
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