Publicado 04/04/2022 00:00
A cultura latina – portuguesa, espanhol, italiana e outras –, da qual somos herdeiros, carrega o ônus da burocracia e consequente lentidão nos seus processos decisórios, sejam eles administrativos, políticos ou jurídicos. E a busca do consenso faz com que as reformas sejam inócuas no que interessa. Não se pode contrariar interesses adquiridos; e o preço é a falta de produtividade e competitividade que marcam o
mundo globalizado.
Alguns temas são discutidos há anos e anos, sem que nada aconteça de prático. Ninguém fala mais da questão da segunda instância, não se cobra a revisão das sentenças do juiz Moro, engavetadas em Brasília, no aguardo de prescrições e passadas as eleições. A reforma tributária deve ser, mais uma vez, parcialmente feita, ou melhor, remendada. E liberalizar a economia para receber investimentos não especulativos é assunto para debates acadêmicos.
Quando se exalta os anos JK, em que o Brasil viveu uma era de liberdade, progresso e otimismo, é omitida a abertura para as multinacionais, que fizeram o progresso chegar ao nosso país e permitiram o fortalecimento do operariado, com melhor remuneração e benefícios então não previstos em lei. A começar pela indústria automobilística. Os ditos comunistas ou marxistas, orgulhosos do sucesso da China,
também esquecem de registrar que este fenômeno de crescimento se deve à abertura para o setor privado internacional. As maiores empresas multinacionais fazem o sucesso da China moderna. Mas, na América Latina, o capital é visto com ressalvas e gera-se vantagens trabalhistas inibidoras do emprego e do investimento, direitos que são usufruídos pelos poucos empregados. O mercado não cresce, provocando a exportação da mão de obra, desde o mais modesto trabalhador aos pós-graduados aqui e lá fora. São
mais de três milhões os brasileiros que moram e trabalham fora. Uma população do Uruguai.
Não se cobra das correntes políticas mais à esquerda – hoje agrupadas em torno da candidatura de Lula – o fato de que os países bolivarianos, apoiados, financiados e exaltados pelos anos PT, registram as piores desigualdades do continente, além da liberdade violada. Cuba, Venezuela, Nicarágua estão em crise total, assim como os novos bolivarianos, como Argentina e Peru, onde o presidente esquerdista recém-
eleito corre o risco de rodar. O Chile promete voltar aos anos Allende, embora com uma
reação mais articulada dos civis que independem dos militares para a defesa do país e
de suas conquistas nos anos Pinochet.
Os problemas no continente fazem parte dessa interminável crise, com espasmos de bom senso. O correto exemplo dos EUA e do Canadá, na América do Norte, nunca sensibilizou os mexicanos, nacionalistas, que já tiveram uma economia próxima à nossa, mas conseguiram cair mais do que nós. Em 64 éramos a 46a. economia, em 85 a 8a. e hoje somos a 13a.
O populismo barato, que nada tem do conservadorismo de tradição austera e liberal na economia, quando não é de esquerda, a favorece com os desencontros, equívocos, gastos e falta de comunicação, como é o caso brasileiro, em que a insegurança do presidente o impede de dialogar com outros que não seus companheiros de carreatas e motociatas, já se tornando uma figura caricata em permanente campanha
eleitoral. Trabalho, que é bom, e diálogo com gente preparada, experiente e produtiva nem pensar. Nem mais para contar piadas de gosto duvidoso. O Brasil parecia que ia decolar, mas fez o voo da galinha.
Uma pena, pois os povos latinos têm qualidades humanas excepcionais, superiores mesmo às dos ricos e ajuizados anglo-saxões, aqueles que vivem em países frios, no clima e na alma, como Inglaterra, Alemanha e nórdicos.
A educação faz diferença. E a nossa como tem sido prejudicada, até em nome da fé!!
mundo globalizado.
Alguns temas são discutidos há anos e anos, sem que nada aconteça de prático. Ninguém fala mais da questão da segunda instância, não se cobra a revisão das sentenças do juiz Moro, engavetadas em Brasília, no aguardo de prescrições e passadas as eleições. A reforma tributária deve ser, mais uma vez, parcialmente feita, ou melhor, remendada. E liberalizar a economia para receber investimentos não especulativos é assunto para debates acadêmicos.
Quando se exalta os anos JK, em que o Brasil viveu uma era de liberdade, progresso e otimismo, é omitida a abertura para as multinacionais, que fizeram o progresso chegar ao nosso país e permitiram o fortalecimento do operariado, com melhor remuneração e benefícios então não previstos em lei. A começar pela indústria automobilística. Os ditos comunistas ou marxistas, orgulhosos do sucesso da China,
também esquecem de registrar que este fenômeno de crescimento se deve à abertura para o setor privado internacional. As maiores empresas multinacionais fazem o sucesso da China moderna. Mas, na América Latina, o capital é visto com ressalvas e gera-se vantagens trabalhistas inibidoras do emprego e do investimento, direitos que são usufruídos pelos poucos empregados. O mercado não cresce, provocando a exportação da mão de obra, desde o mais modesto trabalhador aos pós-graduados aqui e lá fora. São
mais de três milhões os brasileiros que moram e trabalham fora. Uma população do Uruguai.
Não se cobra das correntes políticas mais à esquerda – hoje agrupadas em torno da candidatura de Lula – o fato de que os países bolivarianos, apoiados, financiados e exaltados pelos anos PT, registram as piores desigualdades do continente, além da liberdade violada. Cuba, Venezuela, Nicarágua estão em crise total, assim como os novos bolivarianos, como Argentina e Peru, onde o presidente esquerdista recém-
eleito corre o risco de rodar. O Chile promete voltar aos anos Allende, embora com uma
reação mais articulada dos civis que independem dos militares para a defesa do país e
de suas conquistas nos anos Pinochet.
Os problemas no continente fazem parte dessa interminável crise, com espasmos de bom senso. O correto exemplo dos EUA e do Canadá, na América do Norte, nunca sensibilizou os mexicanos, nacionalistas, que já tiveram uma economia próxima à nossa, mas conseguiram cair mais do que nós. Em 64 éramos a 46a. economia, em 85 a 8a. e hoje somos a 13a.
O populismo barato, que nada tem do conservadorismo de tradição austera e liberal na economia, quando não é de esquerda, a favorece com os desencontros, equívocos, gastos e falta de comunicação, como é o caso brasileiro, em que a insegurança do presidente o impede de dialogar com outros que não seus companheiros de carreatas e motociatas, já se tornando uma figura caricata em permanente campanha
eleitoral. Trabalho, que é bom, e diálogo com gente preparada, experiente e produtiva nem pensar. Nem mais para contar piadas de gosto duvidoso. O Brasil parecia que ia decolar, mas fez o voo da galinha.
Uma pena, pois os povos latinos têm qualidades humanas excepcionais, superiores mesmo às dos ricos e ajuizados anglo-saxões, aqueles que vivem em países frios, no clima e na alma, como Inglaterra, Alemanha e nórdicos.
A educação faz diferença. E a nossa como tem sido prejudicada, até em nome da fé!!
*Aristóteles Drummond é jornalista
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