Publicado 30/04/2022 00:00
Um dos temas econômicos importantes da semana foi a constatação de que o preço da gasolina atingiu um novo nível recorde no país. Tem muito a ver com a grande guerra do momento, que ninguém se arrisca a prever quando vai acabar, mas pode haver problemas mais duradouros por trás da mudança, sem falar em efeitos ainda associados à pandemia ou outros menos estruturais.
O ponto central é que nenhum país pode se dar ao luxo de bater de ombros e olhar pouco para o assunto, cabendo perguntar, antes de mais nada, se o que está ocorrendo é parte de um processo duradouro ou não. A percepção de que algo do que está mudando veio para ficar deveria levar, necessariamente, à internalização de um novo quadro de preços mais altos, por mais doloroso que isso pudesse parecer para a população.
O ponto central é que os países devem buscar o que os economistas chamam de “custo de oportunidade”, relevante para o médio prazo, ou seja, a melhor opção para o que os preços deveriam refletir, tanto para os países produtores, como para os que importam muito desse produto.
No primeiro caso, é a oportunidade de se beneficiarem de uma receita mais elevada com a venda do produto (inclusive, como no nosso caso, pela subida da taxa de câmbio, quando ela vem junto). E, no outro extremo, é para os consumidores de muito petróleo importado considerarem o custo mais alto nas suas aquisições, economizando onde podem ou estimulando a busca de substitutos.
Como é a produção do Brasil em relação ao nosso consumo? É muito grande, vamos nos tornar em pouco tempo um dos maiores produtores do mundo, uma situação nova que muitos desconhecem. É chocante que por volta de 1972 produzíssemos apenas uma pequena parcela do que consumíamos, algo que nos fez sofrer muito na chamada primeira crise do petróleo e em muitos dos anos que se seguiram.
Investimos muito em prospecção e produção, e hoje temos perspectivas ainda mais favoráveis para aumentá-la por conta da descoberta do chamado pré-sal. Assim, vamos nos tornando aos poucos uma potência petrolífera. Precisamos, portanto, pensar com calma sobre tudo isso.
Ocorre que o Estado do Rio de Janeiro se tornou o principal ator na área do petróleo no Brasil, daí ser tão importante tratar desse assunto neste periódico. Além disso, o estado está entre os que têm a situação financeira mais complicada do país. Por aqui, mais do que alhures, os passivos previdenciários são gigantescos e precisam ser equacionados urgentemente, a fim de abrir espaço nos orçamentos públicos para os investimentos em infraestrutura – tão necessários para a Economia voltar a crescer.
Como aqui é muito alto o peso do petróleo nas receitas públicas, incluindo as receitas como royalties que se prestam naturalmente a capitalizar fundos de previdência, voltarei ao tema.
Outro problema importante é como lidar com as subidas de preço do ponto de vista da população mais pobre. O mais correto é aumentar o valor do auxílio emergencial para que tais segmentos consigam enfrentar razoavelmente esse mesmo problema. Eles têm de ser protegidos, e os auxílios emergenciais existem para, diante de crises, permitir que os pobres não deixem de fazer seus gastos essenciais.
O ponto central é que os países devem buscar o que os economistas chamam de “custo de oportunidade”, relevante para o médio prazo, ou seja, a melhor opção para o que os preços deveriam refletir, tanto para os países produtores, como para os que importam muito desse produto.
No primeiro caso, é a oportunidade de se beneficiarem de uma receita mais elevada com a venda do produto (inclusive, como no nosso caso, pela subida da taxa de câmbio, quando ela vem junto). E, no outro extremo, é para os consumidores de muito petróleo importado considerarem o custo mais alto nas suas aquisições, economizando onde podem ou estimulando a busca de substitutos.
Como é a produção do Brasil em relação ao nosso consumo? É muito grande, vamos nos tornar em pouco tempo um dos maiores produtores do mundo, uma situação nova que muitos desconhecem. É chocante que por volta de 1972 produzíssemos apenas uma pequena parcela do que consumíamos, algo que nos fez sofrer muito na chamada primeira crise do petróleo e em muitos dos anos que se seguiram.
Investimos muito em prospecção e produção, e hoje temos perspectivas ainda mais favoráveis para aumentá-la por conta da descoberta do chamado pré-sal. Assim, vamos nos tornando aos poucos uma potência petrolífera. Precisamos, portanto, pensar com calma sobre tudo isso.
Ocorre que o Estado do Rio de Janeiro se tornou o principal ator na área do petróleo no Brasil, daí ser tão importante tratar desse assunto neste periódico. Além disso, o estado está entre os que têm a situação financeira mais complicada do país. Por aqui, mais do que alhures, os passivos previdenciários são gigantescos e precisam ser equacionados urgentemente, a fim de abrir espaço nos orçamentos públicos para os investimentos em infraestrutura – tão necessários para a Economia voltar a crescer.
Como aqui é muito alto o peso do petróleo nas receitas públicas, incluindo as receitas como royalties que se prestam naturalmente a capitalizar fundos de previdência, voltarei ao tema.
Outro problema importante é como lidar com as subidas de preço do ponto de vista da população mais pobre. O mais correto é aumentar o valor do auxílio emergencial para que tais segmentos consigam enfrentar razoavelmente esse mesmo problema. Eles têm de ser protegidos, e os auxílios emergenciais existem para, diante de crises, permitir que os pobres não deixem de fazer seus gastos essenciais.
Raul Velloso é consultor econômico
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