Regina PinhoMarco Terranova
Publicado 12/05/2022 06:00
O setor cultural foi um dos primeiros castigados pela pandemia, com o impacto instantâneo da proibição de eventos e aglomerações, e está sendo um dos últimos a voltar à normalidade diante da incerteza decorrente de variantes do coronavírus. Foram muitos meses de prejuízo para a cadeia produtiva, com necessidade de adaptações que nem sempre deram conta de manter o fluxo de uma área que, já naturalmente, carece de recursos e atenção do poder público.

No Sistema Fecomércio RJ, a recuperação do setor cultural no Rio de Janeiro sempre foi central em nossa estratégia de retomada, representada pela iniciativa Rio de Mãos Dadas. Nesse sentido, em agosto do ano passado lançamos um edital contando com o avanço da vacinação e da normalização gradativa diante de um controle mais efetivo sobre a circulação do coronavírus e suas variantes.

Agora, seguindo o programado desde aquele momento, teremos a satisfação de ver brotar, a partir deste mês, em diferentes unidades do Sesc RJ no estado, as manifestações culturais que tanto fazem falta para a qualidade de vida.

O edital reservou R$ 10 milhões para apoiar iniciativas culturais de diferentes tipos, de artes visuais e dança, até espetáculos musicais, passando por produções teatrais e iniciativas voltadas para o público infantil. Atrações, inclusive, promovidas não apenas por grupos artísticos mais estruturados, mas também por microempreendedores individuais.

Há três aspectos importantes no lançamento deste edital. O primeiro, e mais óbvio, é a injeção de recursos em um setor tão combalido na pandemia e tão importante para todos nós. E segundo, o Rio é um polo cultural de inegável importância para o país, referência na arte e no profissionalismo, e o Sesc RJ não poderia deixar de colaborar com esta retomada.

Mas há também outro aspecto relevante, do ponto de vista da gestão e integridade. O que esse primeiro edital pós-pandemia representa, e que acreditamos que voltará a ser a norma a partir daqui, é a previsibilidade para um setor que demanda estabilidade e capacidade de transformar inspiração e criatividade em planejamento efetivo, que dá conta de garantir o sustento de milhares de famílias. Esse é um dos desafios que o Sistema Fecomércio RJ buscará ajudar o setor a enfrentar: não só com a injeção de recursos, mas com sustentabilidade nos negócios.

Outros são os desafios que já prevíamos na elaboração dos pilares do edital: reconectar o artista com os palcos, movimentar sua relação com o público e impulsionar a produção artística da forma mais ampla possível.

E faremos isso de forma alinhada com as nossas políticas de integridade, com regras referentes a entretenimento e brindes, doações, relacionamento com agentes públicos, além das normas anticorrupção. Na prática, nosso objetivo é garantir que os negócios sejam duradouros e sustentáveis. Que Cultura e integridade possam andar juntas, com a previsibilidade que necessitamos depois de tantos percalços.
Regina Pinho é diretora regional do Sesc RJ
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