Publicado 18/07/2022 00:00
Em 26 de julho é comemorado o Dia do Intérprete de Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Este profissional é importantíssimo para a inclusão social plena do sujeito surdo, e não apenas para o seu processo educacional. Se pensarmos em contextos sociais específicos, como uma consulta no hospital,
uma compra de passagens na rodoviária, a realização de uma denúncia na delegacia ou até mesmo a realização de um contrato de aluguel, podemos nos dar conta da importância da tradução/interpretação entre Libras e Língua Portuguesa. Esse é um trabalho que visa garantir a compreensão linguística, a
mediação cultural e a participação social em Libras e em português em diferentes contextos.
uma compra de passagens na rodoviária, a realização de uma denúncia na delegacia ou até mesmo a realização de um contrato de aluguel, podemos nos dar conta da importância da tradução/interpretação entre Libras e Língua Portuguesa. Esse é um trabalho que visa garantir a compreensão linguística, a
mediação cultural e a participação social em Libras e em português em diferentes contextos.
Historicamente, no Brasil, a atuação do tradutor/intérprete de Libras tem se dado majoritariamente em contextos educativos, em especial na sala de aula. Seja na escola bilíngue ou na inclusiva com estudantes surdos, esse profissional tem garantido a relação linguística e o diálogo entre estudantes surdos e professores ouvintes não usuários da língua de sinais.
Apesar de o Decreto 5.626, de 2005, que regulamenta a Lei 10.436 (Lei da Libras), sublinhar a importância do professor bilíngue para a atuação na escola bilíngue com surdos, essa não é, na maioria das vezes, a realidade presenciada. A falta de uma política de formação do professor bilíngue Libras/Língua Portuguesa e da produção de materiais didáticos bilíngues é gritante no Brasil. Essa realidade tem feito com que o trabalho do profissional tradutor/intérprete de Libras se concentre, em muitas escolas, na atuação na
sala de aula, interpretando o professor e sua aula. Isso é um desafio que precisa ser enfrentado, uma realidade que precisa ser mudada, como muitos tradutores/intérpretes de Libras, educadores e a comunidade surda têm denunciado!
sala de aula, interpretando o professor e sua aula. Isso é um desafio que precisa ser enfrentado, uma realidade que precisa ser mudada, como muitos tradutores/intérpretes de Libras, educadores e a comunidade surda têm denunciado!
Em 2021, a Lei 14.191 inseriu a Educação Bilíngue de Surdos na LDB, como modalidade. Agora Educação Bilíngue de Surdos é modalidade independente de ensino, fora da Educação Especial. Esse reconhecimento da Educação Bilíngue de Surdos como modalidade independente reafirma a importância e urgência de professores fluentes em Língua de Sinais, a fim de garantir trocas e discussões linguisticamente ricas e aprofundadas entre professores e alunos. Para o Dia do Intérprete de Libras, desejo que o
reconhecimento da Educação Bilíngue como modalidade possa trazer também mais reconhecimento, compreensão e valorização desse profissional. Sem o tradutor/intérprete de Libras, fica difícil imaginar uma escola bilíngue em toda a sua potência e expressão, porque o bilinguismo não fica apenas na sala de
aula: ele ultrapassa o portão, ele transborda a escola.
reconhecimento da Educação Bilíngue como modalidade possa trazer também mais reconhecimento, compreensão e valorização desse profissional. Sem o tradutor/intérprete de Libras, fica difícil imaginar uma escola bilíngue em toda a sua potência e expressão, porque o bilinguismo não fica apenas na sala de
aula: ele ultrapassa o portão, ele transborda a escola.
*Tiago Ribeiro é professor e orientador pedagógico da Educação de Jovens e Adultos do Instituto Nacional de Educação de Surdos.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.