Publicado 21/07/2022 00:00
Que a pandemia mudou muita coisa nas nossas vidas, isso já sabemos. Mas como a pandemia trouxe questionamentos profundos sobre a nossa relação com o trabalho, isso é o que ainda vamos seguir aprendendo por muitos e muitos anos. Em março de 2020, autônomos, empresas, lojas e etc…, cuja natureza de seu negócio permitia, ou nem tanto, se viram forçados a enviar seus colaboradores para trabalhar de casa. Sem critério, sem regulação, sem know how. Para quem pôde, fomos para casa e em poucos dias tivemos que nos adaptar à nova realidade: planejar, operacionalizar, fazer acontecer o dia a dia produtivo, sem ter o time agrupado num escritório.
Algumas empresas conseguiram, outras se viram presas num mundo analógico, presencial. Escolas talvez tenham sido as mais afetadas, bem como o setor cultural. E isso trouxe um impacto calculado num atraso de não apenas dois anos escolares, e sim, mais de uma década, para os mais pobres, o que aumenta mais ainda o nosso abismo social.
Nas empresas que conseguiram seguir com suas operações durante a pandemia, vimos o Zoom crescer e gigantes como Microsoft e Google, em instantes, viabilizarem soluções para uma simples reunião de equipe. O setor de bares e restaurantes precisou aderir à tecnologia do delivery ou fechar as portas. Outras empresas investiram em profissionais e ou áreas inteiras para prover soluções para a imediata e necessária transformação digital, antecipada em uma década, segundo referências mundiais no assunto.
Foram muitas crises e algumas soluções. Vimos a tecnologia ocupar o papel principal no mundo. Porém, diante de tanta transformação, algo que definitivamente sofreu foi a saúde e o bem-estar do indivíduo. Estamos vendo a saúde mental declinar no Brasil, que ocupa hoje primeiras posições no ranking de países mais deprimidos do mundo. Então, o bem-estar precisa ser perseguido e cuidado na esfera domiciliar, quando possível, nas políticas públicas, e também, deve ser “meta”, dentro das empresas.
E ainda sobre nossas relações com o trabalho, pesquisas indicam uma grande favorabilidade do trabalho remoto tanto para o empregado quanto para a empresa. Por outro lado, alguns críticos destacam a invasão do espaço do lar, diminuição da interação social, como detratores. Mas o que é melhor, na ótica do bem-estar do indivíduo?
O ponto é que hoje ainda estamos longe de saber o que é ideal. Sabemos que precisamos de cuidados. Pesquisas recentes demonstraram que as equipes geram menos ideias criativas quando se encontram por videoconferência ao invés de quando interagem pessoalmente. E isso está ligado ao sentimento de pertencimento, que é uma das necessidades básicas do ser humano. Mas para pertencer, eu preciso estar no escritório?
Talvez ainda não saibamos ao certo os efeitos de longo prazo do trabalho remoto sobre nossas mentes. Mas sabemos que precisamos olhar para o bem-estar do indivíduo. Dar voz às pessoas, trazendo-as para o centro do processo de tomada de decisão, envolvendo-as e responsabilizando-as pelas questões que definem as relações no trabalho. Assim, demonstramos preocupação e empatia com essa pessoa que faz o mundo girar, a empresa funcionar, seja de casa, seja do escritório.
Algumas empresas conseguiram, outras se viram presas num mundo analógico, presencial. Escolas talvez tenham sido as mais afetadas, bem como o setor cultural. E isso trouxe um impacto calculado num atraso de não apenas dois anos escolares, e sim, mais de uma década, para os mais pobres, o que aumenta mais ainda o nosso abismo social.
Nas empresas que conseguiram seguir com suas operações durante a pandemia, vimos o Zoom crescer e gigantes como Microsoft e Google, em instantes, viabilizarem soluções para uma simples reunião de equipe. O setor de bares e restaurantes precisou aderir à tecnologia do delivery ou fechar as portas. Outras empresas investiram em profissionais e ou áreas inteiras para prover soluções para a imediata e necessária transformação digital, antecipada em uma década, segundo referências mundiais no assunto.
Foram muitas crises e algumas soluções. Vimos a tecnologia ocupar o papel principal no mundo. Porém, diante de tanta transformação, algo que definitivamente sofreu foi a saúde e o bem-estar do indivíduo. Estamos vendo a saúde mental declinar no Brasil, que ocupa hoje primeiras posições no ranking de países mais deprimidos do mundo. Então, o bem-estar precisa ser perseguido e cuidado na esfera domiciliar, quando possível, nas políticas públicas, e também, deve ser “meta”, dentro das empresas.
E ainda sobre nossas relações com o trabalho, pesquisas indicam uma grande favorabilidade do trabalho remoto tanto para o empregado quanto para a empresa. Por outro lado, alguns críticos destacam a invasão do espaço do lar, diminuição da interação social, como detratores. Mas o que é melhor, na ótica do bem-estar do indivíduo?
O ponto é que hoje ainda estamos longe de saber o que é ideal. Sabemos que precisamos de cuidados. Pesquisas recentes demonstraram que as equipes geram menos ideias criativas quando se encontram por videoconferência ao invés de quando interagem pessoalmente. E isso está ligado ao sentimento de pertencimento, que é uma das necessidades básicas do ser humano. Mas para pertencer, eu preciso estar no escritório?
Talvez ainda não saibamos ao certo os efeitos de longo prazo do trabalho remoto sobre nossas mentes. Mas sabemos que precisamos olhar para o bem-estar do indivíduo. Dar voz às pessoas, trazendo-as para o centro do processo de tomada de decisão, envolvendo-as e responsabilizando-as pelas questões que definem as relações no trabalho. Assim, demonstramos preocupação e empatia com essa pessoa que faz o mundo girar, a empresa funcionar, seja de casa, seja do escritório.
*Camila Furtado é head de gente e bem-estar da startup Delivery Direto
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