Publicado 01/08/2022 00:00 | Atualizado 01/08/2022 15:12
Recentemente, um grupo de alunos de uma escola de Recife apresentou sintomas de ansiedade, o que foi considerado, pelos profissionais de saúde, como um surto coletivo. No interior de São Paulo, vários estudantes se cortaram com a lâmina do apontador de lápis. A saúde mental de crianças e adolescentes vem sendo discutida em audiências públicas e sendo bastante pesquisada nos últimos tempos. Para os professores, não fica diferente.
Frente a esse quadro, o Esporte e a Educação Física apresentam-se como ferramentas privilegiadas para promoção de saúde mental e física. Não é à toa que uma das principais recomendações dos especialistas para melhorar o bem-estar incluem atividade física. Segundo a Diretoria Geral para Ciências Humanas e Sociais da UNESCO, “a Educação Física de qualidade é uma ação de baixo custo e alto impacto, que reduz os gastos com saúde e melhora o aprendizado e a resiliência dos jovens”. Os resultados do estudo da UNESCO mostram que investir em Educação Física nas escolas pode reduzir a obesidade, bem como diminuir a depressão e a ansiedade em até 30%, além de melhorar a aprendizagem dos alunos em até 40%. Dados que não só ajudam o setor educacional, mas o da Saúde, que gasta, em média, somente no Brasil, cerca de R$ 300 milhões em internações (dados da Universidade Federal Fluminense – UFF), por conta da inatividade física. Exemplo disso é o Instituto Superação: Formação pelo Esporte, organização social que tem como propósito contribuir e fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes da rede pública de ensino por meio da educação e do esporte. A instituição criou um método próprio de trabalho, o Método DNA Superação, que promove o socioemocional atrelado ao desenvolvimento esportivo, com atividades realizadas no contraturno em escolas públicas de SP e MG.
A solução parece óbvia, mas estamos muito longe disso. No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde, 84% de adolescentes entre 11 e 17 anos não praticam o mínimo de atividade física regular recomentada pela OMS. E uma das causas é a falta de espaço adequado. A comprovação vem de um levantamento do Ministério da Cidadania, que apontou que quase a metade das escolas de educação básica no Brasil não contam com locais para os alunos praticarem algum esporte.
Essas deficiências comprometem a saúde física e mental dos alunos e alunas, além de subaproveitar uma ferramenta privilegiada para promoção de desenvolvimento humano e acadêmico: e educação física escolar. Amor, disciplina, espírito de equipe, coragem, humildade e superação são valores trabalhados pela organização para estimular que os alunos e alunas a queriam sempre fazer o seu melhor. E a infraestrutura dentro das escolas é essencial para a garantia deste direito aos estudantes da rede pública de ensino.
Justamente o que deveria ser um dos alicerces na Educação, na formação de cidadãos e cidadãs mais conscientes, saudáveis e integrados à sociedade, é o que é colocado de escanteio. Sem colocar a atividade física no lugar que se deve na Educação, a cultura brasileira em relação ao esporte fica incompleta e ironicamente às avessas. Se não associamos os pilares de desenvolvimento dos alunos com a educação esportiva, só podemos colher estatísticas devastadoras. Não por acaso, o novo estudo liderado por pesquisadores das universidades de Cambridge e Edimburgo e publicado este mês na The Lancet concluiu que a atividade física previne cerca de 3,9 milhões de mortes precoces por ano em todo o mundo.
Frente a esse quadro, o Esporte e a Educação Física apresentam-se como ferramentas privilegiadas para promoção de saúde mental e física. Não é à toa que uma das principais recomendações dos especialistas para melhorar o bem-estar incluem atividade física. Segundo a Diretoria Geral para Ciências Humanas e Sociais da UNESCO, “a Educação Física de qualidade é uma ação de baixo custo e alto impacto, que reduz os gastos com saúde e melhora o aprendizado e a resiliência dos jovens”. Os resultados do estudo da UNESCO mostram que investir em Educação Física nas escolas pode reduzir a obesidade, bem como diminuir a depressão e a ansiedade em até 30%, além de melhorar a aprendizagem dos alunos em até 40%. Dados que não só ajudam o setor educacional, mas o da Saúde, que gasta, em média, somente no Brasil, cerca de R$ 300 milhões em internações (dados da Universidade Federal Fluminense – UFF), por conta da inatividade física. Exemplo disso é o Instituto Superação: Formação pelo Esporte, organização social que tem como propósito contribuir e fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes da rede pública de ensino por meio da educação e do esporte. A instituição criou um método próprio de trabalho, o Método DNA Superação, que promove o socioemocional atrelado ao desenvolvimento esportivo, com atividades realizadas no contraturno em escolas públicas de SP e MG.
A solução parece óbvia, mas estamos muito longe disso. No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde, 84% de adolescentes entre 11 e 17 anos não praticam o mínimo de atividade física regular recomentada pela OMS. E uma das causas é a falta de espaço adequado. A comprovação vem de um levantamento do Ministério da Cidadania, que apontou que quase a metade das escolas de educação básica no Brasil não contam com locais para os alunos praticarem algum esporte.
Essas deficiências comprometem a saúde física e mental dos alunos e alunas, além de subaproveitar uma ferramenta privilegiada para promoção de desenvolvimento humano e acadêmico: e educação física escolar. Amor, disciplina, espírito de equipe, coragem, humildade e superação são valores trabalhados pela organização para estimular que os alunos e alunas a queriam sempre fazer o seu melhor. E a infraestrutura dentro das escolas é essencial para a garantia deste direito aos estudantes da rede pública de ensino.
Justamente o que deveria ser um dos alicerces na Educação, na formação de cidadãos e cidadãs mais conscientes, saudáveis e integrados à sociedade, é o que é colocado de escanteio. Sem colocar a atividade física no lugar que se deve na Educação, a cultura brasileira em relação ao esporte fica incompleta e ironicamente às avessas. Se não associamos os pilares de desenvolvimento dos alunos com a educação esportiva, só podemos colher estatísticas devastadoras. Não por acaso, o novo estudo liderado por pesquisadores das universidades de Cambridge e Edimburgo e publicado este mês na The Lancet concluiu que a atividade física previne cerca de 3,9 milhões de mortes precoces por ano em todo o mundo.
Educar adultos a se mexerem, sanar os custos na saúde pública, dá muito mais trabalho, exige mais políticas públicas e mais investimento. Esses percentuais podem ser muito menores se iniciarmos com políticas desde a primeira infância, com ações adequadas de formação de professores e com o reforço de valores previstos pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular). É preciso mudar a cultura de que a educação física é matéria à toa dentro da escola. Precisamos valorizar o esporte e a educação física como elementos promotores de desenvolvimento. Essa mudança de “mindset” pode trazer grandes avanços para a educação pública, influenciando nas questões da saúde mental e física dos alunos, e da defasagem nos conteúdos acadêmicos.
*Joana Miraglia é diretora do Instituto Superação – Formação pelo Esporte (ISFP)
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