Publicado 06/10/2022 05:00
Um ato que viola o direito à vida, à saúde, à integridade física e afeta diretamente a autoestima feminina. A violência contra a mulher é tema que necessita estar sempre em debate, pois, quem passa por abusos físicos e também psicológicos precisa de amparo da sociedade e de políticas públicas que, de fato, as proteja e diminua índices de assédio, violência doméstica, estupro e feminicídio.
No Brasil, o público feminino se destaca por ser a maior parcela da população. Além disso, as mulheres são responsáveis também por chefiar quase metade dos lares do país. Então, mudar este cenário de aumento da violência contra a mulher é um dever de todos como cidadão.
No Brasil, o público feminino se destaca por ser a maior parcela da população. Além disso, as mulheres são responsáveis também por chefiar quase metade dos lares do país. Então, mudar este cenário de aumento da violência contra a mulher é um dever de todos como cidadão.
Com a pandemia, os números de violência contra as mulheres ganharam força. Para se ter uma ideia, de acordo com a Central Judiciária de Acolhimento da Mulher Vítima de Violência Doméstica (Cejuvida), os atendimentos bateram recorde em 2020. Nos primeiros seis meses do ano, foram registrados 1,5 mil atendimentos de vítimas de violência doméstica e familiar pelo projeto no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Com isso, foram expedidas mais de 28,8 mil medidas protetivas de urgência em todo o Rio de Janeiro.
Um dos caminhos para mudar este cenário é oferecer apoio e oportunidades para que as mulheres conquistem a sua independência financeira. Uma alternativa comprovada a partir de estudos que sinalizam ser um meio para romper relações insalubres. A pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, do Instituto DataSenado, em conjunto com o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, revelou que, quando questionadas sobre o que leva uma vítima a não denunciar uma agressão sofrida, 46% das entrevistadas citaram a dependência financeira em relação ao companheiro como motivo.
E é neste contexto que as políticas públicas, por meio de projetos de capacitação empreendedora exclusiva para o público feminino, atuam diretamente no enfrentamento à violência contra mulheres. No Rio de Janeiro, o RioSolidario deu início ao Empreendedora do Amanhã, projeto que dissemina ferramentas e conhecimentos para que as mulheres ampliem as suas chances de emancipação econômica ao constituírem seus próprios negócios com o apoio da metodologia By Necessity, desenvolvida pela Besouro Agência de Fomento Social.
As participantes aprendem, em cursos presenciais, sobre temas como marca, mercado e recursos humanos, recebem orientações para acessarem os recursos financeiros necessários à viabilização das suas ideias, e contam com consultoria de especialistas para consolidarem seus empreendimentos. Ainda neste ano serão certificadas 250 mulheres de localidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, como Costa Barros e Campinho.
Evidentemente, nem todas as participantes convivem com parceiros violentos, mas para aquelas que se encontram nessa condição, o projeto abre portas para que possam viver uma nova realidade. Nosso entusiasmo em relação a atividades como o Empreendedora do Amanhã, focadas em garantir melhores perspectivas e qualidade de vida para o público feminino é enorme.
Sabemos que as mulheres tendem a ser multiplicadoras dos benefícios que elas trazem: costumam, em seus negócios, contratar outras mulheres, além de investirem seus ganhos, mais do que os homens, na saúde, na alimentação e na educação dos filhos. Essas crianças terão melhores condições - e certamente mais consciência - para, no futuro, tornar-se engajadas na luta contra a desigualdade e a violência de gênero.
Analine Castro é primeira-dama do estado e presidente de honra do Riosolidário
Vinicius Mendes Lima é CEO - Besouro de Fomento Social
Vinicius Mendes Lima é CEO - Besouro de Fomento Social
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