Paulo Baía é sociólogo, cientista político e professorDivulgação
Publicado 11/10/2022 06:00
A campanha para a presidência da república se iniciou no dia 07/10, nas rádios e nas televisões. As candidaturas presidenciais vão se expor de corpo inteiro à população brasileira. As redes via internet já iniciaram suas maratonas para dar visibilidade às duas candidaturas, rádios e televisões ampliam a presença de Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
As redes sociais personalizam a relação candidato/eleitor; é uma relação face a face virtual potencializada pelo uso generalizado e popular dos smartphones em todas as faixas de idade, segmentos sociais, de renda e de consumo.
Os Portais, Sites e Blogs de notícias promovem a agilidade das informações com textos curtos, podcasts e vídeos, facilitando a vida do eleitor, forçando as candidaturas a se manterem alertas em tempo integral para respostas, defesas, ataques e contra-ataques.
O Youtube, Kwai e o TiK Tok são a televisão de mão, com a diversidade e estética de seus vídeos de largo alcance e de forma individualizada na recepção.
Todas as mídias, plataformas e streamings digitais permitem tipos diferenciados de interação afetiva, emocional, de entretenimento, humorística, política, intelectual, religiosa e social dos eleitores com as candidaturas de Lula da Silva e Jair Bolsonaro, para o bem ou para o mal de cada um deles.
Assim, hoje não existe uma posição fixa, consolidada, de nenhuma das candidaturas no jogo eleitoral da república brasileira, mesmo para as candidaturas que registraram altos índices de aceitação ou de rejeição nas primeiras pesquisas, que têm imprecisões estruturais por falta de acesso a bancos de dados realistas para desenhar o universo demográfico, socioeconômico, por faixa de renda e de consumo do eleitorado no Brasil.
Sem esses dados, qualquer desenho de amostra é errônea, projetando miragens e não retratos da realidade eleitoral. A corrida eleitoral nunca é do mesmo ponto de partida para cada candidato; uns saem na frente de outros em função de seus históricos políticos e de vida.
Quem está na frente pode estacionar ou retroceder. Quem está parado pode acelerar. O segundo turno de 2022 não é uma eleição nova como outros segundos turnos de eleições do passado, é a continuação, sem pit-stop, do dia 2 de outubro de 2022.
Não existe neutralidade em situações de escolha binária como a que estamos vivendo desde janeiro de 2019, quando a pré-campanha de Jair Bolsonaro e Lula da Silva se iniciaram. Pode-se ser imparcial, distanciado, mas neutro é uma impossibilidade psicossocial.
Mesmo a abstenção, o nulo e voto em branco possuem necessariamente um lado em 30 de outubro de 2022, quando a República brasileira só nos dá dois campos: é Lula e seus significados ou Bolsonaro e seus significados, mesmo para quem não quer Lula da Silva ou Jair Bolsonaro.
Segue o baile, com eleitores como dançarinos já na pista de dança e outros na fila para entrarem na dança.
Paulo Baía é sociólogo e cientista político
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