Publicado 13/10/2022 00:00
Por que as famílias incentivam seus filhos a torcer pelos times de futebol, os fazem crescer e defender suas crenças religiosas, mas política é assunto proibido? Isso é um equívoco e frustra as crianças, que muitas vezes gostariam de ter espaço para externar seus pensamentos.
Um estudo realizado pelo Instituto Qualibest com 120 crianças de 07 a 12 anos de São Paulo e Rio de Janeiro, aponta que parte delas tem uma compreensão política bastante apurada, embora metade das vezes as informações que recebem são de maneira indireta.
De acordo com a pesquisa, as escolas não tratam de política com as crianças, deixando essa responsabilidade para a família. Os pais, por sua vez, também não conversam sobre o assunto com seus filhos – metade das crianças entrevistadas disse ouvir sobre política nas conversas dos adultos entre si, ou em comentários informais.
Outro dado interessante apontado é que cerca de 60% das crianças estão sempre atentas às informações que as cercam, embora os pais e a escola não falem com elas de política. E olha que interessante: elas expressaram vontade de emitir suas opiniões. Isso só reforça a tese de que política deve sim ser tema de sala de aula e das conversas familiares.
Claro que se trata de um estudo reduzido, com crianças de cidades grandes da região Sudeste, uma pequena fração do nosso vasto e diverso país. O resultado representa, no entanto, um passo importante no sentido de dar voz aos pequenos, tratando-os como os cidadãos que são.
Não devemos menosprezar o fato de que a garotada tem personalidade e a maioria percebe, por exemplo, que o país vive um ambiente de polarização como jamais visto. Não falar do assunto em casa e na sala de aula pode gerar dúvidas e angústias. Por isso é tão importante levar informações embasadas e incentivar que reflitam sobre o momento atual.
Conversei com alguns professores para avaliar se os dados refletem, de fato, a realidade. Alguns confirmaram que o assunto não é abordado, outros relataram que os colégios onde trabalham tratam de política sem aprofundamento, alertando sobre corrupção, falando de leis, democracia, cidadania e importância do exercício do voto.
Um exemplo interessante é uma escola particular da Zona Sul do Rio, que trata as eleições para representante de turma como um legítimo processo eleitoral. Os alunos lançam suas candidaturas, fazem campanha, apresentam propostas aos demais colegas, discursam para a turma e, ao final, é feita a votação com uma urna que tem até as fotos dos candidatos. É uma experiência bem interessante.
Enfim, fomentar o debate só traz vantagens, na minha opinião. A educação é a base da formação do caráter e do reposicionamento do cidadão na sociedade. Se morar, comer, dormir, brincar, estudar, enfim, viver... Tudo é política, então por que não introduzir o assunto na base? A qualidade do político de amanhã depende daquilo que ensinamos às nossas crianças, hoje.
Um estudo realizado pelo Instituto Qualibest com 120 crianças de 07 a 12 anos de São Paulo e Rio de Janeiro, aponta que parte delas tem uma compreensão política bastante apurada, embora metade das vezes as informações que recebem são de maneira indireta.
De acordo com a pesquisa, as escolas não tratam de política com as crianças, deixando essa responsabilidade para a família. Os pais, por sua vez, também não conversam sobre o assunto com seus filhos – metade das crianças entrevistadas disse ouvir sobre política nas conversas dos adultos entre si, ou em comentários informais.
Outro dado interessante apontado é que cerca de 60% das crianças estão sempre atentas às informações que as cercam, embora os pais e a escola não falem com elas de política. E olha que interessante: elas expressaram vontade de emitir suas opiniões. Isso só reforça a tese de que política deve sim ser tema de sala de aula e das conversas familiares.
Claro que se trata de um estudo reduzido, com crianças de cidades grandes da região Sudeste, uma pequena fração do nosso vasto e diverso país. O resultado representa, no entanto, um passo importante no sentido de dar voz aos pequenos, tratando-os como os cidadãos que são.
Não devemos menosprezar o fato de que a garotada tem personalidade e a maioria percebe, por exemplo, que o país vive um ambiente de polarização como jamais visto. Não falar do assunto em casa e na sala de aula pode gerar dúvidas e angústias. Por isso é tão importante levar informações embasadas e incentivar que reflitam sobre o momento atual.
Conversei com alguns professores para avaliar se os dados refletem, de fato, a realidade. Alguns confirmaram que o assunto não é abordado, outros relataram que os colégios onde trabalham tratam de política sem aprofundamento, alertando sobre corrupção, falando de leis, democracia, cidadania e importância do exercício do voto.
Um exemplo interessante é uma escola particular da Zona Sul do Rio, que trata as eleições para representante de turma como um legítimo processo eleitoral. Os alunos lançam suas candidaturas, fazem campanha, apresentam propostas aos demais colegas, discursam para a turma e, ao final, é feita a votação com uma urna que tem até as fotos dos candidatos. É uma experiência bem interessante.
Enfim, fomentar o debate só traz vantagens, na minha opinião. A educação é a base da formação do caráter e do reposicionamento do cidadão na sociedade. Se morar, comer, dormir, brincar, estudar, enfim, viver... Tudo é política, então por que não introduzir o assunto na base? A qualidade do político de amanhã depende daquilo que ensinamos às nossas crianças, hoje.
*Isa Colli é jornalista e escritora
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