Publicado 12/12/2022 05:00
A jornalista Cecília Costa teve a oportuna ideia de publicar um livro com longo depoimento de Francisco Dornelles sobre sua extensa e rica vida pública. Esses exemplos são importantes para as novas gerações, pois o Brasil precisa recuperar a qualidade perdida em seus homens públicos nas últimas décadas. Serve ao leitor comum, que é eleitor, para saber o quanto vale votar bem.
Dornelles exerceu nove mandatos, não tendo em nenhum deles deixado de corresponder a confiança popular e das lideranças que se habituaram na política fluminense a tê-lo como um guia seguro, correto no trato, com alma, além de grande preparo. Ingratidão não consta de seu dicionário.
Dornelles nasceu com a política no sangue. Seu pai, Mozart Dornelles, oficial do Exército, sua mãe, D. Mariana, irmã de Tancredo Neves. Muito jovem, trabalhou com o tio Tancredo no governo de Minas e depois, como secretário particular do primeiro-ministro do regime Parlamentarista, ganhou experiência nacional.
Mais adiante foi estudar em universidades internacionais, voltando para exercer o cargo de procurador da
Fazenda, tendo ocupado os mais altos cargos da hierarquia do Ministério da Fazenda. Deputado federal a partir de 1986, foi convocado para comandar o Ministério da Fazenda, da Indústria e Comércio e do Trabalho, sempre marcando positivamente sua missão.
Fazenda, tendo ocupado os mais altos cargos da hierarquia do Ministério da Fazenda. Deputado federal a partir de 1986, foi convocado para comandar o Ministério da Fazenda, da Indústria e Comércio e do Trabalho, sempre marcando positivamente sua missão.
Senador e depois vice-governador com o exercício do mandato por dois longos períodos, coroou esta carreira em que teve como ponto alto a correção no trato com companheiros de jornada, fidelidade a princípios democráticos e da ordem. Raro uma trajetória tão longa não ser maculada pela traição, egoísmo, indiferença e frieza. Esta nunca foi sua praia.
O Rio de Janeiro tem se beneficiado desta imensa experiência, sabedoria e espírito público, tendo Dornelles como referência maior na presidência de honra de seu partido, o Progressista, e como interlocutor das mais altas autoridades, a começar pelo governador Cláudio Castro. Continua a nada aspirar que não a ser útil e colocar este seu capital à disposição do Brasil.
Passaram pela vida pública do Rio personalidades que chegaram aos palácios sem amigos, outros trocando enquanto puderam de amigos e alguns cercados do respeito, admiração e gratidão da sociedade. Entre estes Francisco Dornelles , que hoje colhe o respeito e admiração das forças vivas da sociedade.
Parabéns, Cecília Costa, que tem o bom texto no seu DNA também, e parabéns a Francisco Dornelles. Por fim, nunca foi tão justa a frase de Balzac de que ao lado de todo grande homem tem uma grande mulher. É o caso de sua mulher, Cecília, companheira desta caminhada.
Aristóteles Drummond é jornalista
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