Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública divulgação
Publicado 15/12/2022 06:00
O número de policiais mortos em 2022 ainda não foi consolidado pelos principais órgãos que monitoram esses índices, porém é notório os variados assassinatos nas principais capitais. Somente no Rio, no início desta semana, em menos de 24h, dois policiais militares foram exterminados na capital. Estamos a poucos dias de encerrarmos mais um ano e parece que foi ontem que falávamos sobre a necessidade de providências a serem tomadas na direção de dar maior segurança para estes profissionais.
Chamamos a atenção aqui repetidas vezes sobre o cenário de guerra irregular que vivemos, mas apesar dos esforços das autoridades competentes, não tem sido o bastante para conter a escalada do crime e da violência. Talvez, tenhamos passado da hora de mobilizações integradas das três esferas de governo, com ações verticalizadas, mais articuladas e com maior inteligência.
O momento é oportuno para um governo que se inicia e que promoverá reestruturações. Saúde, Educação, emprego estão no topo das prioridades, mas a segurança carece de muita atenção, urgência e total seriedade no seu trato. O novo ministro da Defesa e da Segurança Pública precisa considerar o tema crítico, pois afeta diretamente a integridade física e psicológica de toda a nação, inclusive dos agentes de segurança que estão sendo exterminados.
Dados da Rede de Observatório da Segurança revelou que, nos últimos dois anos, até junho de 2022, foram mais de 20 mil ações policiais apenas nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, tendo a apreensão de drogas, como principal motivação das operações. Considerando que essas drogas não surgem das comunidades, ou seja, vêm de fora do país, esse combate não pode ficar restrito à federação. Aí está o erro, pois se de um lado o narcotráfico é altamente organizado, a dinâmica de repressão, historicamente, não tem sido assim.
A população brasileira está vulnerável e à mercê da insegurança. Os profissionais de segurança, por exemplo, além de assassinados, são constantemente vítimas de ameaças, assédio moral ou humilhação no ambiente de trabalho, além de serem discriminados por serem profissionais de segurança pública, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Que os governos federal, estadual e municipal possam entender de uma vez por todas que é preciso compartilhar dados e trabalhar em conjunto para combater o crime organizado, protegendo a vida, as propriedades pública e privada, além dos agentes da segurança pública que defendem a sociedade.
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública
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