Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Publicado 13/03/2023 05:00 | Atualizado 14/08/2023 17:30
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Vamos para o terceiro mês de governo e até agora só se tratou de política, de geração de fatos alheios ao que interessa a sociedade, que é a boa gestão da Economia para garantir o emprego, os investimentos previstos nas concessões e na expansão das empresas, em geral, desde antes das eleições de outubro.
Este governo foi eleito sem programa, sem equipe, levado à vitória pelos inacreditáveis erros comportamentais do despreparado ex-presidente. Este conseguiu o feito de perder depois de realizar um mandato bem avaliado, obtido bons resultados e conseguir previsão promissora para os próximos anos.
Preferiu brigar com o mundo, receitar remédios, desacreditar a vacina desejada pela população, promover passeios diários de motocicleta pelo país e se cercar no círculo mais íntimo com gente sem nível.
As promessas de unir o país do eleito foram logo abandonadas pelo revanchismo menor, a repetição de críticas ao passado, a busca de bodes expiatórios para o provável agravamento da crise pela perda de confiança e segurança dos investidores. Na Economia, o atual presidente coleciona declarações infelizes contra teto de gastos, críticas à independência do Banco Central, condenação de privatizações.
Nada que pudesse estimular a geração de empregos ou investimentos na produção. Como na política a sorte é fator importante, foi agraciado na primeira semana pela infeliz manifestação de aloprados seguidores do ex-presidente. Mas o tempo passa e as cobranças crescem, a partir da mídia que maioritariamente apoiou este governo. Os economistas de renome que o apoiarem já estão distantes, exceto os que querem ocupar
altos cargos em breve.
O vice-presidente e ministro Geraldo Alkmin, bom avalista de um mínimo de consideração do governo com as classes produtoras, pode alertar o presidente para as consequências das ameaças a privatização da Eletrobras, do cancelamento da privatização do Porto de Santos, da volta à cena do MST.
Na área ambiental, questiona-se empresa modelo no manejo sustentável de madeiras nobres, co mo cedro, mogno e jatobá, pelo controle acionário ser de espanhóis e portugueses. Logo na região onde se supunha desejar o governo atrair investimentos geradores de emprego e renda dentro da responsabilidade ambiental. No Ceará, o BNDES cancelou licitação no polo turístico já de presença internacional, Jericoacoara, para gestão privada em parque de preservação ambiental com projeto responsável.
Lula vai aproveitando o isolamento internacional do Brasil nos anos do inacreditável Bolsonaro e ocupando espaços. Mas sempre apegado a um passado equivocado. Assume liderança entre os bolivarianos, falidos, que buscam captar recursos no Brasil. Realiza viagem aos EUA esvaziada e limitada a questões ambientais
e à defesa da democracia, pelas desconfianças de Washington de suas relações fraternas com a China e Rússia, em confronto com os norte-americanos.
A viagem à China será observada pelos aliados tradicionais. Ao se apresentar como mediador na guerra da
Ucrânia, que nega ser uma invasão russa, ganhou espaço nos jornais de todo mundo, mas despertou maiores desconfianças nas nações ocidentais. A conta vai chegar.

Uma pena que o presidente não aproveite a esquerda responsável que tem boas cabeças, como a do ministro e ex-deputado Aldo Rebelo, e os economistas que não brigam com a realidade. Caso continue nesta ocupação de lotear o governo para ter maioria e conduzir o país para grave crise econômica e social, Lula vai ter dificuldades maiores para governar. O povo quer resultados e austeridade. O que os 38 milhões que se abstiveram, votaram branco ou nulo são prova inquestionável.
Aristóteles Drummond é jornalista
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