opina 2mai VALE ESTAARTE O DIA
Publicado 02/05/2023 06:00
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As curiosidades trazidas neste espaço, na semana passada, sobre as datas comemorativas da segunda quinzena de abril, do Dia Nacional do Livro Infantil ao feriado de São Jorge, passando, claro, pelo Dia dos Povos Indígenas, Tiradentes e o descobrimento do Brasil, fizeram muitas pessoas me perguntarem sobre o feriado da última segunda-feira: o Dia Internacional do Trabalho. Ou Dia do Trabalhador. E qual o nome certo?
O certo é que no Brasil o uso varia, como também em boa parte do mundo. A origem da celebração está nos Estados Unidos, mais precisamente nos movimentos de trabalhadores da cidade de Chicago, que lutavam por melhores condições de trabalho no fim do século XIX.
No Brasil, desde o início do século passado manifestações numerosas, com cerca de 50 mil pessoas, paravam as principais cidades do país no dia 1° de maio, mas somente em 1924, há 99 anos, através do presidente Artur Bernardes, tornou-se oficialmente feriado nacional, como Dia do Trabalhador.
Na década seguinte, Getúlio Vargas se apropriou do feriado, originalmente surgido a partir das demandas dos trabalhadores organizados, para fazer propaganda das suas realizações, como a criação da Justiça do Trabalho e da CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho. Em vez de manifestações, de luta por direitos, passou a ser um feriado de celebração das conquistas destas leis.
De lá para cá, é comum que governos utilizem a data para anunciar o aumento do salário mínimo, ou para que ele passe a entrar em vigor nesta data. Uma tentativa, também, de pacificar as relações. Natural de regimes democráticos. Entendo que é importante garantir espaço para as reivindicações, mas é compreensível que governos lancem mão da data em seu favor. E que o trabalhador possa escolher se quer reivindicar, se divertir ou descansar.
O avanço das sociedades se dá justamente através do debate de ideias e das negociações entre governo e trabalhadores nas casas legislativas e espaços de poder e representação. E que este 1º de maio tenha servido para entendermos que ainda precisamos avançar muito nos debates para garantir permanentemente relações mais justas para trabalhadores e patrões.
Luciano Bandeira é presidente da OAB RJ
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