Publicado 03/05/2023 06:00
A concessão dos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim no Rio deve ser um dos desafios do estado, prefeitura e União. O governo federal calcula em cerca de R$ 1,3 bilhão o investimento privado durante a concessão do SDU. Enquanto o Ministério da Infraestrutura afirma que a organização do modelo de concessão segue em andamento, a expectativa é de que os dois terminais tenham o mesmo operador e funcionem de maneira complementar.
Para a Rio Indústria, é imprescindível que o Aeroporto Internacional Tom Jobim volte a ser um hub aéreo, o que impulsionaria o turismo do estado. Com a retomada de voos para o Galeão a indústria é adicionalmente beneficiada, já que as aeronaves também são utilizadas para transporte de cargas, o que reduz o frete do serviço e atrai novas empresas.
Quando a atual concessão do Galeão foi feita, o país passava por outra realidade; ninguém contava com a pandemia da covid-19, por exemplo. Desde então, o movimento caiu muito e hoje tem um outro perfil, por isso o atual modelo de concessão do Aeroporto do Galeão não se sustenta, a outorga de praticamente um bilhão por ano é inviável.
É importante para o desenvolvimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde, anunciado pelo governo, com o objetivo de fortalecer a produção nacional de insumos de Saúde. A importação dessas matérias primas é feita pelo aeroporto, são produtos de alto valor agregado e baixo peso.
O Galeão é um dos principais pontos de entrada e saída de passageiros e cargas da cidade. Recentemente, passou por uma grande reforma, o que trouxe melhorias na infraestrutura e no conforto dos passageiros. O que apoiamos ser o melhor para nosso estado é o SDU ser focado em voos regionais e Galeão para voos de média e longa distância, nacional e internacionais.
Todos os aeroportos concorrentes do Rio, ou de grandes cidades do Brasil, já estão sob gestão privada. Somos a unidade da federação com o maior potencial turístico, porta de entrada de muitos viajantes. Isso facilitará também para que o turista que for fazer conexão para outras localidades, tenha a opção de permanecer alguns dias no Rio.
Para a indústria, ter um aeroporto desse porte é vital, pois, quando trazemos passageiros, o avião também está transportando carga. Isso torna a operação aeroportuária significativa e proporciona mais competitividade. Precisamos de um aeroporto forte para ter condições de competir com outros estados e países, com um custo mais baixo para trazer essa mercadoria ou insumo e exportar os produtos fabricados aqui.
Por isso, uma licitação conjunta é importante - os aeroportos Santos Dumont e Galeão são complementares, se for feita a modelagem certa. Existe uma proposta que as principais entidades empresariais do Rio elaboraram, e a Rio Indústria faz parte, em que o Santos Dumont ficaria com o destino para as principais capitais do Sudeste e Brasília, e o restante das conexões ficaria com o Galeão.
Com isso entendemos que conseguiríamos viabilizar o SDU e traríamos viabilidade para o Galeão, com os dois se complementando, proporcionando uma oferta de voo muito importante para a economia do Rio, unindo turismo e indústrias.
Sérgio Duarte é presidente do Rio Indústria e do Sindicado das Indústrias de Alimentos do Município do Rio de Janeiro (Siarj)
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