Publicado 17/05/2023 06:00
O governo federal resolveu, mais uma vez, antecipar o 13º dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Assim, receberemos metade do salário junto com o pagamento da folha do mês de maio e a outra metade com os benefícios do mês de junho. É claro que muitos de nós, que precisam de dinheiro urgente, gostaram, mas será que essa é uma solução para os problemas dos aposentados e pensionistas do INSS, a maioria endividada até a alma?
É claro que não! E nem o governo é “bonzinho” ou pensou na nossa classe ao antecipar o 13º salário. O que o governo faz, com a antecipação, é injetar mais de R$ 62 bilhões na Economia nacional. Ou seja, enquanto milhões de aposentados e pensionistas do INSS gastam este dinheiro e deixam de ter um Natal melhor, o comércio, os bancos, os prestadores de serviço, o próprio governo lucra e ainda ganha tempo, um fôlego, para adorar outras medidas mais à frente.
Ao mesmo tempo, o que o governo “bonzinho” faz? Aplica índice de correção do salário mínimo maior do que o concedido aos benefícios do INSS, aumentando a perda do poder de compra de aposentados e pensionistas que ganham acima do piso, e recorre no Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão (justíssima) que permite o cálculo da renda mensal inicial com a contribuição da vida toda e não apenas de 1994 pra cá.
Tais decisões, vindas de um Bolsonaro ou de governo de ultradireita, a gente até entende, embora não concorde. Mas não era de se esperar de um governo de centro-esquerda, com um presidente de um partido que se diz dos trabalhadores e de um ministro da Previdência Social de um partido que também se diz trabalhista.
Enfim, com a antecipação do décimo terceiro salário, os aposentados e pensionistas do INSS salvam a Economia do governo federal. Fica a pergunta: quando o governo federal começará a salvar os aposentados da Previdência Social?
Yedda Gaspar é presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj)
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