opina23maiARTE KIKO
Publicado 23/05/2023 06:00
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Um dos setores mais prósperos da nova era da Economia Criativa, os games estão presentes na estratégia de mercado de qualquer empresa que tenha pretensão de ser global na área de tecnologia hoje em dia. Exemplos não faltam: Netflix, Microsoft, a gigante chinesa Tencent e até o tradicional e centenário The New York Times.
De acordo com pesquisas recentes, a indústria gamer já superou, por muito, os faturamentos dos mercados cinematográfico e fonográfico. Segundo projeção da consultoria PwC, esse setor vai atingir um faturamento superior a R$ 1,5 trilhão até 2026, em todo o mundo. Os games evoluíram a tal ponto que invadiram até a discussão esportiva. Afinal, esporte eletrônico é esporte? Bem, vamos voltar nisso logo mais.
O Rio de Janeiro é uma cidade de múltiplas capacidades, algumas oferecidas pelas belezas naturais e outras vindas de um olhar atento de gestão pública. Uma das metas estabelecidas pelo prefeito Eduardo Paes é transformar o Rio em capital da inovação da América Latina. E junto se colocar como um polo gamer e de e-sports.
Desde o fim de 2022, a cidade do Rio de Janeiro reconhece legalmente o esporte eletrônico como modalidade esportiva. Junto, há um esforço nosso de colocar o Rio como uma cidade de fomento desta indústria bilionária. Afinal, o e-sport brasileiro nasceu em lan houses da Zona Sul do Rio. Lá surgiu o MIBR, a primeira equipe da modalidade no Brasil, no início dos anos 2000. Agora, embora São Paulo tenha conseguido protagonismo neste tema, nos últimos anos, é o Rio que fará o assunto avançar uma fase - não ia perder a chance deste trocadilho.
Daqui a dois meses, a cidade inaugura a primeira arena pública para e-sports do Brasil. É uma das primeiras do mundo. Será instalada na Nave do Conhecimento do Engenhão. Um espaço como esse é fundamental na estratégia que desenhamos para a cidade. Vamos ter a oportunidade de apoiar pequenos e médios eventos, nacionais e regionais.
O Rio tem sido palco de eventos globais - e seguimos candidatos aos próximos. Agora, o passo é incentivar a base dos torneios e também promover a democratização do acesso aos jogos eletrônicos.
Mas uma arena como esta vai muito além das competições. É uma janela para a nova indústria criativa, envolve uma série de outras habilidades: narradores, comentaristas, social media, administradores, técnicos de TI. O Rio entende e-sport como esporte e um meio de inclusão social. E a indústria gamer como um polo empregador e de geração de renda e riqueza.
Embora tenhamos explorado bastante o esporte eletrônico aqui, não podemos esquecer que o Rio, hoje, é o segundo maior estado em número de empresas desenvolvedoras de jogos, de acordo com números da Associação Brasileira de Games.
O poder público no Brasil até hoje deu pouca relevância ao setor de jogos eletrônicos. O Rio lidera essa mudança. Daqui para frente, é sem pause.
Chandy Teixeira é coordenador da Coordenação de Games e e-Sports, vinculada à Casa Civil da Prefeitura do Rio
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