Publicado 23/05/2023 05:00
Como bom observador da política, com a experiência que meus quatro mandatos como deputado estadual me conferem, tendo convivido com diferentes correntes ideológicas, confesso estar apreensivo: até onde vai nos levar essa polarização que tomou conta do país? Há alguns sinais no horizonte, preocupantes, de que, se nada for feito, poderemos nos deparar com rompimentos institucionais traumáticos num futuro próximo.
O Estado do Rio e o país precisam de paz. Mas infelizmente parece que estamos ficando cada vez mais distantes disso. Os fluminenses, tão castigados por sucessivos governos que flertaram com a corrupção e com os desmandos, imploram, estou certo, para que tenhamos uma espécie de armistício político.
Mas, infelizmente, estamos acompanhando movimentos e posturas que indicam o contrário. Lideranças que deveriam zelar pelo apaziguamento parecem querer apagar fogo com gasolina. De Brasília, os sinais são inquietantes, à medida que integrantes da mais alta Corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), sistematicamente vêm investindo contra outros poderes, tão importantes na manutenção da ordem social, política e econômica do país.
Por ser um torcedor contumaz da liberdade de expressão e de pensamento, e otimista que sou, ainda tenho esperanças de que esses ensaios de arbitrariedade e essas contendas sejam amainados. Temos ainda muitos e grandiosos desafios pela frente, uma pós-pandemia e seus reflexos a superar, e não é hora de arroubos tomarem espaço de discussões e reflexões pacíficas. Muito mais producentes e muito mais pertinentes com o que as ruas esperam.
Não estou aqui querendo defender político A ou B, ou desfraldar bandeira para acolher eventuais transgressores da lei e do regime democrático de direito. É mais que isso. O que devemos todos é lutar para que haja uma aplicação justa e igualitária da lei. São conquistas da nação brasileira e para as quais devemos redobrar a atenção.
A Constituição de 1988 é clara em assegurar ao povo o poder máximo de representatividade. Lamentavelmente, muitas vezes por vaidade, orgulho ou vingança vemos o interesse comum de toda a sociedade ser posto de lado.
Não é esse o caminho que os cidadãos esperam que a classe política trilhe. Ao contrário, aguardam que integrantes das três esferas de Poder tenham o compromisso com o desenvolvimento do país e a consequente melhoria da qualidade de vida do nosso povo.
Não é esse o caminho que os cidadãos esperam que a classe política trilhe. Ao contrário, aguardam que integrantes das três esferas de Poder tenham o compromisso com o desenvolvimento do país e a consequente melhoria da qualidade de vida do nosso povo.
As eleições de 2024 serão mais um teste para mostrarmos que o Brasil, definitivamente, vive uma era na qual as instituições estão acima dos homens que as ocupam. Não deixemos escapar essa oportunidade.
Samuel Malafaia é deputado estadual pelo PL
Samuel Malafaia é deputado estadual pelo PL
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.