Publicado 01/08/2023 00:00
Cariocas e turistas que circulam pelo Rio encontram na cidade prédios que são verdadeiras obras arquitetônicas modernas brasileiras. Em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, o Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, chama a atenção por sua imponência. O prédio foi construído em 1947 para abrigar funcionários públicos do então Distrito Federal. Na Gávea, Zona Sul, o Conjunto Habitacional Marquês de São Vicente, popularmente chamado de "Minhocão", segue os mesmos traços e propósito: moradia popular – este tendo seu projeto original sofrido muitas alterações que desagradaram quem projetou. O Museu de Arte Moderna (MAM), no Centro, é outro projeto icônico que nos enche de orgulho.
Estes são apenas exemplos para ilustrar o que poucos sabem: esses prédios foram projetados pelo arquiteto Affonso Reidy em parceria com a engenheira e urbanista Carmen Portinho, uma das três primeiras mulheres a se formar engenheira no Brasil.
Estes são apenas exemplos para ilustrar o que poucos sabem: esses prédios foram projetados pelo arquiteto Affonso Reidy em parceria com a engenheira e urbanista Carmen Portinho, uma das três primeiras mulheres a se formar engenheira no Brasil.
Filha de gaúcho com uma boliviana, Carmen nasceu em 1903 em Corumbá, Mato Grosso do Sul, e aos 8 anos mudou-se com a família para o Rio. Já na década 1920, ingressou no curso de engenharia na Escola Politécnica da Universidade do Brasil, mas, antes, foi importante líder sufragista pelo direito ao voto das mulheres. A ativista ficou reconhecida pelos atos sobrevoando o Rio de Janeiro, “distribuindo” panfletos para convocar a população às causas feministas.
Em 1929, participou da criação da União Universitária Feminina, de apoio a carreiras que as mulheres quisessem ter para se emanciparem financeiramente, e foi a primeira mulher a obter o título de urbanista promulgado pela Universidade do Distrito Federal. Por meio da Lei Federal 14.477/2022, Carmen Portinho foi declarada Patrona do Urbanismo no Brasil.
Entre tantos feitos políticos e sociais, em 1937, Carmen coordenou o grupo que fundou a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA), entidade que até os dias de hoje atua na valorização e respeito das profissionais mulheres, empoderamento feminino e equidade de gênero no mercado de trabalho. Para homenagear a vanguardista do modernismo, a ABEA-RJ lança, no dia 04 de agosto, o Prêmio Carmen Portinho, que agraciará 20 mulheres que se destacam pelo trabalho realizado, pela liderança e por ações que proporcionam avanços para sociedade.
Esta é uma forma de inspirar mais mulheres e mostrar exemplos femininos que, assim como Carmen Portinho, promovem a evolução social.
Em 1929, participou da criação da União Universitária Feminina, de apoio a carreiras que as mulheres quisessem ter para se emanciparem financeiramente, e foi a primeira mulher a obter o título de urbanista promulgado pela Universidade do Distrito Federal. Por meio da Lei Federal 14.477/2022, Carmen Portinho foi declarada Patrona do Urbanismo no Brasil.
Entre tantos feitos políticos e sociais, em 1937, Carmen coordenou o grupo que fundou a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (ABEA), entidade que até os dias de hoje atua na valorização e respeito das profissionais mulheres, empoderamento feminino e equidade de gênero no mercado de trabalho. Para homenagear a vanguardista do modernismo, a ABEA-RJ lança, no dia 04 de agosto, o Prêmio Carmen Portinho, que agraciará 20 mulheres que se destacam pelo trabalho realizado, pela liderança e por ações que proporcionam avanços para sociedade.
Esta é uma forma de inspirar mais mulheres e mostrar exemplos femininos que, assim como Carmen Portinho, promovem a evolução social.
* Iara Nagle é presidente da Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas do Rio de Janeiro (ABEA-RJ)
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