Publicado 17/08/2023 00:00
Esta semana, mais uma polêmica envolvendo tecnologia está esquentando os debates na área da educação. Depois da Suécia ter recuado na digitalização das escolas, voltando a usar livros de papel, a controvérsia da vez é a utilização de celular em sala de aula.
Em decisão recente, a Unesco, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para educação, ciência e cultura, divulgou um relatório no qual afirma que o uso excessivo dos aparelhos celulares em aula pode prejudicar o aprendizado dos jovens.
Não são poucos os professores que apontam que o uso elevado dos celulares tem afetado e até degenerado a capacidade cognitiva e de raciocínio das crianças, incluindo as habilidades socioemocionais. Pois eu compartilho desse pensamento.
Percebo que crianças e adolescentes estão usando de maneira desmedida seus celulares. E isso é uma tendência mundial. Outro dia fui jantar em um restaurante. Ao meu lado, havia uma comemoração de aniversário. Os convidados se dividiram em duas mesas: uma só com adultos e outra com as crianças. Fiquei incomodada ao perceber que os mais novos não conversavam, não brincavam e tampouco interagiam entre si. Todos, simplesmente todos, estavam hipnotizados, olhando cada um para sua tela de celular. Mal paravam para comer. Nenhum adulto chamou atenção da garotada. Uma situação preocupante, pois é uma geração que não valoriza a convivência social.
Para tentar reverter esse cenário, a Prefeitura do Rio de Janeiro proibiu o uso de celulares nas salas de aula das escolas municipais. O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes, foi publicado no dia 7.
O documento determina que o celular deverá ficar guardado na mochila. Alunos que descumprirem a regra poderão ser advertidos e, em caso de insistência, a direção da escola poderá ser acionada.
O decreto municipal só autoriza o celular para fins pedagógicos, como pesquisas e leituras; para alunos com deficiência ou com problemas de saúde que necessitem dos celulares para monitoramento ou auxílio.
O secretário de Educação, Renan Ferreirinha, avalia que não tem como o aluno aprender de forma plena recebendo notificações e mensagens. Eu concordo plenamente com o secretário. Celular tira o foco do aluno.
O governo da Holanda também anunciou, no dia 5 de agosto, que banirá celulares, tablets e smartwatches das salas de aula do país a partir de 1º de janeiro de 2024. Assim como na capital fluminense, os dispositivos só serão permitidos em atividades de habilidades digitais, por motivos médicos ou para auxiliar pessoas com deficiência.
Segundo a Unesco, um em cada quatro países já proibiu ou restringiu o uso de celulares nas salas de aula, dentre eles França, China e Itália. Para mim, o uso restrito de tecnologia em sala de aula deve ser debatido com seriedade e essa discussão também deve envolver as famílias. Afinal, são os pais ou responsáveis que dão celulares nas mãos das crianças e, muitas vezes, não percebem os excessos dos seus filhos, talvez por estarem ocupados, olhando as mensagens dos seus próprios celulares. É preciso colocar o dedo nesta ferida.
Em decisão recente, a Unesco, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para educação, ciência e cultura, divulgou um relatório no qual afirma que o uso excessivo dos aparelhos celulares em aula pode prejudicar o aprendizado dos jovens.
Não são poucos os professores que apontam que o uso elevado dos celulares tem afetado e até degenerado a capacidade cognitiva e de raciocínio das crianças, incluindo as habilidades socioemocionais. Pois eu compartilho desse pensamento.
Percebo que crianças e adolescentes estão usando de maneira desmedida seus celulares. E isso é uma tendência mundial. Outro dia fui jantar em um restaurante. Ao meu lado, havia uma comemoração de aniversário. Os convidados se dividiram em duas mesas: uma só com adultos e outra com as crianças. Fiquei incomodada ao perceber que os mais novos não conversavam, não brincavam e tampouco interagiam entre si. Todos, simplesmente todos, estavam hipnotizados, olhando cada um para sua tela de celular. Mal paravam para comer. Nenhum adulto chamou atenção da garotada. Uma situação preocupante, pois é uma geração que não valoriza a convivência social.
Para tentar reverter esse cenário, a Prefeitura do Rio de Janeiro proibiu o uso de celulares nas salas de aula das escolas municipais. O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes, foi publicado no dia 7.
O documento determina que o celular deverá ficar guardado na mochila. Alunos que descumprirem a regra poderão ser advertidos e, em caso de insistência, a direção da escola poderá ser acionada.
O decreto municipal só autoriza o celular para fins pedagógicos, como pesquisas e leituras; para alunos com deficiência ou com problemas de saúde que necessitem dos celulares para monitoramento ou auxílio.
O secretário de Educação, Renan Ferreirinha, avalia que não tem como o aluno aprender de forma plena recebendo notificações e mensagens. Eu concordo plenamente com o secretário. Celular tira o foco do aluno.
O governo da Holanda também anunciou, no dia 5 de agosto, que banirá celulares, tablets e smartwatches das salas de aula do país a partir de 1º de janeiro de 2024. Assim como na capital fluminense, os dispositivos só serão permitidos em atividades de habilidades digitais, por motivos médicos ou para auxiliar pessoas com deficiência.
Segundo a Unesco, um em cada quatro países já proibiu ou restringiu o uso de celulares nas salas de aula, dentre eles França, China e Itália. Para mim, o uso restrito de tecnologia em sala de aula deve ser debatido com seriedade e essa discussão também deve envolver as famílias. Afinal, são os pais ou responsáveis que dão celulares nas mãos das crianças e, muitas vezes, não percebem os excessos dos seus filhos, talvez por estarem ocupados, olhando as mensagens dos seus próprios celulares. É preciso colocar o dedo nesta ferida.
Por Isa Colli, jornalista e escritora
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