André Codea ? profissional de Educação Física, professor, escritor e palestranteDivulgação
Publicado 01/09/2023 00:00
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Parece que evidenciar que a qualidade de vida é melhor em quem pratica atividade física regular, que as doenças são reduzidas, que as dores no corpo praticamente somem, que aumenta a disposição física para as tarefas do dia a dia, tem menor impacto do que esses comerciais de produtos “mágicos”, baseado em “ervas naturais”, ou em um colchão que faz massagens. Afinal, as pessoas que estão afirmando isso parecem com alguém “do povo”, ou com um “respeitado” pseudocientista desconhecido, ou é um artista em evidência. As mensagens sobre os efeitos benéficos da atividade física pouco surtem efeito, enquanto esses
produtos vendem. O que está errado?
Me diga, você que me lê: você vê propagandas sobre os benefícios da prática de atividade física? Parece não haver interesse nisso. Ou a força das indústrias de medicamentos impede, ou os governos parecem não estarem interessados nisso, ou os conselhos das áreas de saúde pareçam estarem mais preocupados em cuidarem das doenças do que em fazerem ações preventivas. Ou tudo isso junto.
As últimas estatísticas sobre o assunto são contraditoriamente promissoras e frustrantes. Uma das orientações mais conhecidas no âmbito da atividade física é a orientação da OMS, que preconiza como critério mínimo de benefícios para o organismo na prática de 150 minutos de atividade física moderada por semana (ou 75 minutos de atividade física intensa). O SESI (Serviço Social da Indústria) fez um estudo neste ano sobre a prática de atividade física com brasileiros, e sua conclusão é assustadora: pelo menos 52% da população brasileira raramente faz qualquer atividade física, ou não faz atividade física regular, e problemas de saúde atingem quase o dobro das pessoas sedentárias em relação aos que fazem atividade física.
Algumas ações são de urgência para tentarmos reverter o sedentarismo que assola nosso país, tais como: campanhas de Saúde – este é um ponto visceral, pois não temos o hábito da prática de atividades físicas embutido nas famílias, em especial as de menor poder aquisitivo; Políticas públicas – os governos em geral têm políticas muito incipientes envolvendo prática de atividade física, ou não as têm; criação de uma cultura da atividade física – talvez seja a mais profícua das ações, mas que depende das duas anteriores, pois a criação de uma cultura da atividade física deveria envolver os governos e os Conselhos Federais das áreas ligadas à Saúde. Respondendo à pergunta que é título deste artigo, eu digo que sim, temos que
comemorar o Dia do Profissional de Educação Física, mas precisamos de ações que aumentem
em nosso país os níveis de atividade física da população. É urgente!
*André Codea é profissional de Educação Física, professor, escritor e palestrante.
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