Tânia Bastos: Incluir é um ato de amor

Quero abordar a importância da verdadeira inclusão das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na nossa sociedade.

O Autismo não é uma doença e nem falta de limites na educação, é uma condição neurológica. Essas informações são necessárias quando falamos em inclusão e não me refiro a uma inclusão protocolar, falo da verdadeira, não basta convidar o coleguinha autista para a festa do seu filho, ele precisa participar!

Seguindo esse pensamento, também não basta uma escola aceitar a matrícula, ela precisa oferecer meios para que o aprendizado aconteça, como materiais adaptados e mediadores experientes. Bem como o atendimento na área da saúde, sendo um aliado e não uma barreira a mais.

Você é a favor da inclusão? Creio que sim, mas se a pergunta fosse mais direta? Você conhece alguma pessoa com TEA? Ela participa da sua vida? É presente nos seus eventos? Viagens? Existe uma pessoa com deficiência no seu trabalho?

Esse é o ponto, convidar o autista para a sua festa e tirá-lo para dançar!

Hoje, os números dão conta de que, a cada 100 nascidos, 35 estarão dentro do espectro. Adultos também estão sendo diagnosticados todos os dias, fruto de médicos mais atualizados e informação circulando. Todos teremos um autista próximo de nós, é uma realidade.

Graças à força das famílias, o transtorno tem tomado espaço nesta Casa de Leis, são dezenas de projetos tentando garantir melhores condições de vida e dignidade.

Vale mencionar a participação da iniciativa privada, como a Associação Brasileira de Shoppings Center - Abrasce, que oferta vagas exclusivas nos estacionamentos e eventos em abril, mês Mundial de Conscientização. A Marinha do Brasil também realiza dias inclusivos em todo o país. A Eco Ponte também aderiu à causa e, recentemente, o Aeroporto Santos Dumont, oferecendo uma "sala azul" e cursos de capacitação para os funcionários e empresas aéreas, para garantir uma estada inclusiva. Não posso deixar de mencionar a Associação de Supermercados do Estado do Rio - Asserj e a sempre parceira TV Record. De porta em porta, vamos construindo parcerias, isso vai além da responsabilidade social de uma empresa, é humanidade!

Nesses meus quatro mandatos como vereadora e tendo sido escolhida como madrinha da causa, posso afirmar que a informação é uma ferramenta poderosa, assumi o compromisso de falar sobre o TEA em todos os lugares. Sou autora da Lei do Lacinho, presente nas placas de atendimento prioritário, seja na fila do supermercado até nos eventos culturais, o autista terá acesso ao seu atendimento. Também é de minha autoria a Lei das Caminhadas de Conscientização que acontecem em vários bairros do Rio, anualmente, reunindo milhares de pessoas.

Acreditem, quando uma mãe atípica (como são chamadas as mães com filhos no TEA) chega em um estabelecimento e vê aquele laço colorido, ela sente que ali o seu filho é bem-vindo e acolhido.

A minha proposta para você é: inclua, verdadeiramente, uma pessoa com deficiência em sua vida, tenha empatia. O autismo não é contagioso mas é contagiante! A sociedade evolui e todos crescemos! Venha caminhar ao nosso lado, convite feito!