Publicado 16/10/2023 00:00
A crise sanitária da Covid-19 fez transbordar as diversas faces da desigualdade social presentes no Brasil. Dentre elas a fome, que infelizmente voltou a ser protagonista, trazendo o Brasil para o mapa da fome com mais 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave.
Refletindo sobre a pesquisa realizada no Complexo do Alemão em 2019, com a parceria com Instituto Raízes em Movimento, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase decide fazer uma série histórica para rever as condições de vida, acesso e violações de direitos no Complexo do Alemão após 2 anos de pandemia de Covid-19. Neste segundo momento (2022/2023) o Ibase contou com as parcerias da Ong Educap e Instituto Raízes em Movimento, ambas organizações que atuam com pesquisa, educação, comunicação e direitos humanos.
A partir dos resultados das pesquisas construímos os “Indicadores de Cidadania do Ibase – Insegurança Alimentar no Complexo do Alemão", esses indicadores revelam a instabilidade alarmante no acesso ao direito à alimentação no território.
Entre famílias que têm crianças de 0 a 6 anos de idade, 83% delas convivem ou conviveram com algum nível de insegurança alimentar de moderada a grave nos últimos três anos e 11% dessas famílias relatam que suas crianças já ficaram um dia todo sem se alimentar porque não havia dinheiro para comprar comida.
Esses dados evidenciam que fatores como instabilidade financeira e social estão diretamente ligados à insegurança alimentar e nutricional, pois diz respeito aos moradores adultos. 40,3 % já tiveram que diminuir a quantidade de alimentos nas refeições ou pularam refeições pois não havia condições de adquirir alimentos e 42% usaram a mesma estratégia para que as crianças pudessem comer.
No total da amostra pesquisada, 53% dos moradores do Complexo do Alemão, convivem com insegurança alimentar grave, 15% em Insegurança alimentar moderada, 12% em Insegurança alimentar leve e apenas 20% está em segurança alimentar.
Os dados evidenciam as violações no acesso ao direito à alimentação sofridas pelos moradores do Complexo do Alemão, mas provavelmente também reflete a realidade de grande parte dos moradores de favelas e periferias do Rio de Janeiro, onde o acesso a direitos básicos para manutenção da vida de forma digna, permanecem sendo historicamente violados.
Refletindo sobre a pesquisa realizada no Complexo do Alemão em 2019, com a parceria com Instituto Raízes em Movimento, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase decide fazer uma série histórica para rever as condições de vida, acesso e violações de direitos no Complexo do Alemão após 2 anos de pandemia de Covid-19. Neste segundo momento (2022/2023) o Ibase contou com as parcerias da Ong Educap e Instituto Raízes em Movimento, ambas organizações que atuam com pesquisa, educação, comunicação e direitos humanos.
A partir dos resultados das pesquisas construímos os “Indicadores de Cidadania do Ibase – Insegurança Alimentar no Complexo do Alemão", esses indicadores revelam a instabilidade alarmante no acesso ao direito à alimentação no território.
Entre famílias que têm crianças de 0 a 6 anos de idade, 83% delas convivem ou conviveram com algum nível de insegurança alimentar de moderada a grave nos últimos três anos e 11% dessas famílias relatam que suas crianças já ficaram um dia todo sem se alimentar porque não havia dinheiro para comprar comida.
Esses dados evidenciam que fatores como instabilidade financeira e social estão diretamente ligados à insegurança alimentar e nutricional, pois diz respeito aos moradores adultos. 40,3 % já tiveram que diminuir a quantidade de alimentos nas refeições ou pularam refeições pois não havia condições de adquirir alimentos e 42% usaram a mesma estratégia para que as crianças pudessem comer.
No total da amostra pesquisada, 53% dos moradores do Complexo do Alemão, convivem com insegurança alimentar grave, 15% em Insegurança alimentar moderada, 12% em Insegurança alimentar leve e apenas 20% está em segurança alimentar.
Os dados evidenciam as violações no acesso ao direito à alimentação sofridas pelos moradores do Complexo do Alemão, mas provavelmente também reflete a realidade de grande parte dos moradores de favelas e periferias do Rio de Janeiro, onde o acesso a direitos básicos para manutenção da vida de forma digna, permanecem sendo historicamente violados.
* Joice Lima é pesquisadora do Ibase e Rita Brandão é diretora do Ibase
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.