Publicado 17/10/2023 00:00
Em 2018, o Brasil instituiu outubro para conscientização sobre câncer de mama, em iniciativa chamada de Outubro Rosa. No mês, prédios públicos são iluminados com luzes rosa e campanhas na mídia veiculadas para divulgar informações sobre a doença, a neoplasia que mais afeta mulheres no mundo.
Apenas em 2023, são estimados cerca de 10.290 casos novos no Estado do Rio, o que mostra como são essenciais ações de prevenção. O principal fator de risco para o câncer de mama é a idade, em especial acima dos 50 anos. A história ginecológica e obstétrica também deve ser considerada: ter menstruado cedo (menos de 12 anos) e até muito tarde (após os 55), não ter engravidado ou ter engravidado a primeira vez após os 30 anos, não ter amamentado ou ter feito terapia de reposição hormonal longa após a menopausa são fatores associados, assim como obesidade, consumo de bebida alcoólica e sedentarismo. Essas condições são mais preocupantes quando há casos da doença em mãe, avós ou irmãs com menos de 35 anos.
Embora o autoexame não seja mais recomendado pelo Ministério da Saúde para rastreio precoce desde 2015, pois já detecta tumores em estágio avançado, sua realização mensal ajuda no autoconhecimento do corpo e na detecção de alterações que demandem avaliação médica. Mulheres devem atentar, no autoexame, sobre aparecimento de nódulos indolores, duros e irregulares, inclusive na axila. A doença pode se manifestar ainda como inchaço na mama semelhante à casca de laranja, retração na pele, dor ou inversão do mamilo, podendo ter área de vermelhidão, descamação ou ferida, além de secreção do mamilo, tipo água ou sanguinolenta.
Como ginecologista, sei da importância do diagnóstico precoce. Se descoberto no início, o tratamento pode conservar a mama e ter elevadas taxas de cura. Sem dúvidas, a mamografia de rastreio a cada dois anos, em mulheres a partir de 50 anos, conforme sugere o Ministério da Saúde, permite diagnóstico precoce, antes até de surgirem sintomas. Isso está associado à redução da mortalidade e a cirurgias mais conservadoras.
Por isso, é a mamografia a grande estratégia de prevenção do câncer avançado. Em 2022, foram feitas no estado 206.191 mamografias, número muito superior às 115.039 de 2020. Em virtude da pandemia de covid-19, muitas mamografias deixaram de ser feitas em 2020 e 2021, e essas mulheres precisam ser resgatadas e os exames realizados. A identificação dos atrasos e a atualização dos exames é foco de atenção da área técnica estadual da saúde das mulheres.
Para apoiar municípios, a Secretaria de Estado de Saúde tem ampliado a oferta de mamografias (e de ultrassonografias se necessário) em suas unidades de imagem. E o Mamógrafo Móvel leva exames a locais afastados ou com grande população rural. Onde o Mamógrafo Móvel chega, os exames feitos nos cinco dias do equipamento na região conseguem alcançar a meta estadual para grande parte dos municípios, mostrando a potência da iniciativa.
O tratamento do câncer de mama não pode esperar. Por isso, estamos atentos à lei dos 60 dias para iniciar o tratamento. Igualmente, reforçamos nosso compromisso com a lei que garante a reconstrução estética da mama, incluindo-se a micropigmentação das aréolas e mamilos, idealmente logo após a mastectomia.
Muito há a fazer, mas os desafios estão identificados! Com o aumento da expectativa de vida, espera-se aumento nos casos de câncer de mama. Por isso, estilo de vida saudável, ida regular ao ginecologista e exames preventivos periódicos são essenciais. A mamografia é a grande aliada para o diagnóstico precoce. Assim, mesmo que apareça o câncer, sua detecção inicial permite tratamento menos agressivo, cirurgia menos mutiladora e maiores taxas de cura. Em 2023, nossa mensagem para o Outubro Rosa é: "Cuide-se, examine suas mamas, faça sua mamografia e busque atendimento médico regularmente". Porque se cuidar é o maior ato de amor!
Apenas em 2023, são estimados cerca de 10.290 casos novos no Estado do Rio, o que mostra como são essenciais ações de prevenção. O principal fator de risco para o câncer de mama é a idade, em especial acima dos 50 anos. A história ginecológica e obstétrica também deve ser considerada: ter menstruado cedo (menos de 12 anos) e até muito tarde (após os 55), não ter engravidado ou ter engravidado a primeira vez após os 30 anos, não ter amamentado ou ter feito terapia de reposição hormonal longa após a menopausa são fatores associados, assim como obesidade, consumo de bebida alcoólica e sedentarismo. Essas condições são mais preocupantes quando há casos da doença em mãe, avós ou irmãs com menos de 35 anos.
Embora o autoexame não seja mais recomendado pelo Ministério da Saúde para rastreio precoce desde 2015, pois já detecta tumores em estágio avançado, sua realização mensal ajuda no autoconhecimento do corpo e na detecção de alterações que demandem avaliação médica. Mulheres devem atentar, no autoexame, sobre aparecimento de nódulos indolores, duros e irregulares, inclusive na axila. A doença pode se manifestar ainda como inchaço na mama semelhante à casca de laranja, retração na pele, dor ou inversão do mamilo, podendo ter área de vermelhidão, descamação ou ferida, além de secreção do mamilo, tipo água ou sanguinolenta.
Como ginecologista, sei da importância do diagnóstico precoce. Se descoberto no início, o tratamento pode conservar a mama e ter elevadas taxas de cura. Sem dúvidas, a mamografia de rastreio a cada dois anos, em mulheres a partir de 50 anos, conforme sugere o Ministério da Saúde, permite diagnóstico precoce, antes até de surgirem sintomas. Isso está associado à redução da mortalidade e a cirurgias mais conservadoras.
Por isso, é a mamografia a grande estratégia de prevenção do câncer avançado. Em 2022, foram feitas no estado 206.191 mamografias, número muito superior às 115.039 de 2020. Em virtude da pandemia de covid-19, muitas mamografias deixaram de ser feitas em 2020 e 2021, e essas mulheres precisam ser resgatadas e os exames realizados. A identificação dos atrasos e a atualização dos exames é foco de atenção da área técnica estadual da saúde das mulheres.
Para apoiar municípios, a Secretaria de Estado de Saúde tem ampliado a oferta de mamografias (e de ultrassonografias se necessário) em suas unidades de imagem. E o Mamógrafo Móvel leva exames a locais afastados ou com grande população rural. Onde o Mamógrafo Móvel chega, os exames feitos nos cinco dias do equipamento na região conseguem alcançar a meta estadual para grande parte dos municípios, mostrando a potência da iniciativa.
O tratamento do câncer de mama não pode esperar. Por isso, estamos atentos à lei dos 60 dias para iniciar o tratamento. Igualmente, reforçamos nosso compromisso com a lei que garante a reconstrução estética da mama, incluindo-se a micropigmentação das aréolas e mamilos, idealmente logo após a mastectomia.
Muito há a fazer, mas os desafios estão identificados! Com o aumento da expectativa de vida, espera-se aumento nos casos de câncer de mama. Por isso, estilo de vida saudável, ida regular ao ginecologista e exames preventivos periódicos são essenciais. A mamografia é a grande aliada para o diagnóstico precoce. Assim, mesmo que apareça o câncer, sua detecção inicial permite tratamento menos agressivo, cirurgia menos mutiladora e maiores taxas de cura. Em 2023, nossa mensagem para o Outubro Rosa é: "Cuide-se, examine suas mamas, faça sua mamografia e busque atendimento médico regularmente". Porque se cuidar é o maior ato de amor!
Antonio Braga
Coordenador Estadual da Saúde das Mulheres
Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
Médico ginecologista e pós-doutor pela Harvard Medical School
Coordenador Estadual da Saúde das Mulheres
Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
Médico ginecologista e pós-doutor pela Harvard Medical School
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