Ronaldo Gomlevsky, jornalista, em JerusalémDivulgação
Publicado 19/10/2023 00:00
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Há cerca de 3.500 anos, Josué, o braço direito de Moisés, atravessou o Rio Jordão, vindo do deserto do Sinai, onde os hebreus liderados por Moisés perambulavam por 40 anos após a escravidão no Egito, e conquistou a Terra Prometida pelo Deus de Israel a Abraão, vencendo 33 reis e estabelecendo na região o povo do Livro (hebreus).
Mil e quinhentos anos se passaram e, durante este tempo, vieram os profetas, os juízes e os reis de Israel.
A região foi palco de diversas guerras nas quais foram protagonistas cananeus, babilônios, gregos e romanos.
No ano 70 de nossa Era Comum, os romanos destruíram o templo de Salomão e dizimaram a população judaica local. No ano 133, apareceu um líder guerrilheiro judeu, chamado Bar Kochba, que expulsou o Império Romano do Oriente Médio, pelas armas. Em 136, o imperador Adriano voltou a Jerusalém com um exército 10 vezes maior e bem equipado e matou algumas centenas de milhares de judeus, expulsando os remanescentes do país e os espalhando pelo mundo.
É aqui que começa o problema que estamos vivenciando hoje.
Adriano muda o nome do país de Israel para Palestina e muda o nome da capital hebraica, Jerusalém, para Aélia Capitolina.
Diversas etnias, religiões e exércitos distintos, a seguir, dominam a região. Entre estes, mamelucos, muçulmanos, cruzados, entre outros e, por fim, o Império Turco-otomano.
Em 1918, os turcos que dominavam a área, unidos aos alemães perdem a Primeira Guerra Mundial e a hegemonia sobre o Oriente Médio.
A Inglaterra e a França dividem a região, ficando o Líbano e a Síria como possessão francesa e a parte sul, incluindo Jerusalém, nas mãos dos ingleses.
Nunca houve na história do mundo um povo palestino, um hino da Palestina, uma bandeira palestina, uma língua palestina.
Em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas resolveram, em 29 de novembro, criar dois estados, um estado judeu e mais um estado árabe, que contemplariam as populações judaica e árabe existentes na região. (Isto após a Inglaterra já ter criado a Transjordânia, que também nunca havia existido no mapa do mundo). Os judeus aceitaram, ainda que a terra oferecida fosse muito menor do que o Israel do Rei David e do Rei Salomão.
Israel declarou independência em 14 de maio de 1948 e no dia seguinte foi atacado por todos os exércitos dos países árabes vizinhos.
Israel venceu esta guerra, que resultou na migração de cerca de 750 mil árabes saídos de dentro do território do novo Estado Judeu e de 850 mil judeus que foram expulsos dos países árabes vizinhos.
Israel absorveu a esmagadora maioria desses judeus.
Os países árabes colocaram os migrantes árabes em campos de refugiados tanto no Líbano, quanto na Síria, na Jordânia e em Gaza, controlada então pelo Egito.
No início dos anos 50, Gamal Abdel Nasser, um militar egípcio, destrona o Rei Farouk, toma o poder no Egito e nacionaliza o Canal de Suez.
Inglaterra, França e Israel entram em guerra contra o Egito e reabrem o Canal.
Em 1956, Nasser expulsa todos os judeus do Egito.
Em 1964, um egípcio chamado Ahmed Shukeiry cria a OLP e tem início a escalada para construção de um povo palestino. Nunca antes de 1988 houve bandeira palestina.
Acontece a Guerra dos Seis Dias e Israel vence, chegando ao Cairo, a Damasco, a Amã e a Beirute.
Shukeiry morre e Yasser Arafat toma o poder na OLP.
Acontece a Guerra do Iom Kipur em 1973 e a consequente paz com o Egito em 1976.
O Egito se recusa a receber de volta a região de Gaza, perdida na guerra de 1967.
Em 2005, Ariel Sharon, o primeiro-ministro de Israel, retira 100% dos judeus residentes em Gaza e entrega a localidade à OLP, sem qualquer contrapartida.
O Hamas toma o poder em Gaza, numa guerra civil em que massacra os membros da Autoridade Palestina, sucessora da OLP e até então no comando em Gaza.
Desde então, tratativas de paz avançam com a Autoridade Palestina na Judeia e na Samaria (Cisjordânia) e empacam com o Hamas em Gaza.
Ataques de foguetes constantes de Gaza, operados pelo Hamas, são lançados quase que diariamente contra a população civil em Israel e por vezes as coisas esquentam e morrem inocentes dos dois lados. 
Até que, em 7 de outubro passado, o Hamas, que prega a destruição de Israel como estado e a morte de todos os judeus, consegue superar a fronteira israelense e, como terrorista que é, mata, estupra, tortura e sequestra israelenses civis inocentes, levando algo em torno de 200 reféns para Gaza.
Israel precisa se defender e inviabilizar o terror do Hamas e é isto que está tentando fazer.
A partir deste momento, você já sabe, caro leitor, o que está acontecendo no mundo! 
Reze! 
Ronaldo Gomlevsky
Jornalista
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