Adauto Seixas é presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) Divulgação
Publicado 15/08/2024 00:00
Na história da humanidade temos diversos episódios marcantes em que grupos mal informados ou mal intencionados tentam impedir inovações, avanços tecnológicos e revoluções na medicina. Mas, com o passar dos séculos, a história provou que aquelas novidades, consideradas pelos “falsos profetas” como perigosas ou ineficazes, foram fundamentais para a evolução da nossa sociedade.

Assim foi com a Teoria da Evolução de Charles Darwin, que inicialmente enfrentou forte oposição, e hoje é um dos pilares da biologia moderna. Foi assim com a anestesia, que quando introduzida pela primeira vez, no século XIX, enfrentou resistência de médicos e religiosos, que a consideravam antiética e perigosa.

Neste exato momento, aqui no Brasil, a vítima dos “falsos profetas”, que usam até fake news ambientais para tentar frear o progresso, é a energia nuclear. Enquanto isso, mundo afora, renomados ambientalistas, que antigamente se posicionavam contra o Nuclear, agora são defensores do setor como solução para a descarbonização e para o aquecimento global. Esse é o caso do californiano Michael Shellenberger, que foi um dos “fenômenos” das ONGs internacionais na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92, que atualmente é um defensor da energia nuclear como solução para um mundo mais sustentável.

Além dos benefícios ambientais, o setor Nuclear brasileiro tem potencial para injetar centenas de bilhões de Reais em nossa economia, gerando empregos e renda em lugares muito pobres do nosso país. Apenas com a mina de Caetité, na Bahia, já somos a oitava maior potência em reservas de urânio do mundo. Agora, caso a licença ambiental da mina de Santa Quitéria, no Ceará, seja liberada até dezembro deste ano, o Brasil tem a chance de sair da 8ª posição para o 3° ou até 2° lugar do ranking.

Em Santa Quitéria, a previsão é que sejam produzidas anualmente pelo Consórcio Santa Quitéria 1.050.000 toneladas de fertilizantes fosfatados e 2.300 toneladas de concentrado de urânio. Esse volume de urânio é o suficiente para abastecer Angra 1, Angra 2 e Angra 3, que juntas consomem cerca de 800 toneladas, e o restante seria disponibilizado para exportação. Esse projeto gera mais de 6 mil empregos numa região com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no país.

Imaginem a mudança no padrão de vida da população de locais como Santa Quitéria; Figueira, no Paraná; e Rio Cristalino, no Pará, onde existem reservas de Urânio de alto valor agregado, quando começarmos a produzir e gerar empregos, renda e riquezas para estas regiões.

Além de garantir a soberania nacional, investir no urânio e na energia nuclear é garantir prato cheio na casa do trabalhador. É garantir investimentos em Saúde, em Saneamento, em Cultura, Educação e Esportes. É garantir dignidade ao povo mais pobre e uma oportunidade de ascensão social.
Publicidade
* Adauto Seixas é presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
Leia mais