Bruno Garcia Redondo é professor da PUC-Rio e UFRJ, procurador da UERJ, advogado, doutor e mestre em DireitoDivulgação
Publicado 23/08/2024 00:00
A maior conferência de tecnologia e inovação do mundo retornou ao Rio de Janeiro. A Rio Innovation Week serviu como uma grande oportunidade para pensarmos em soluções para o futuro. Com impactos diretos na transformação de negócios e da sociedade, a tecnologia leva também à discussão sobre valores e desafios éticos e sociais. Afinal, o avanço tecnológico é uma realidade, e faz parte do nosso dia a dia.
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Dois dos temas que mais chamaram a atenção na quarta edição do evento internacional são a humanização e a ética na era da Inteligência Artificial. O primeiro é um conceito em crescimento, com sistemas que não apenas focam em automatizar tarefas, mas entendam, interajam e se adaptem de maneira mais natural à sociedade. É a busca pelo aumento da sinergia da IA com os seres humanos.
A simulação de comportamento e de emoções pode ser usada em diversas áreas. Por exemplo, em atendimentos telefônicos de empresas, a meta é que o cliente não perceba que sua conversa acontece com um “robô”, que é capaz de resolver, com eficiência e satisfação, seus problemas.
Já o debate ético envolve vários e importantes aspectos. Por exemplo, como garantir privacidade e segurança, para evitar fraudes e golpes, ou a disseminação de informações falsas? Outro ponto essencial: como garantir transparência algorítmica e ausência de vieses, para que a programação da IA possa ser fiscalizada (fonte dos dados, diretrizes de aprendizado e criação, ausência de direcionamentos indevidos, distorcidos, preconceituosos etc.). Isso sem falar sobre a o dilema: o que deve ser reservado como “exclusivo” da pessoa humana, que não possa ser “substituído” pela IA?
No Congresso Nacional, tramitam cerca de 50 Projetos de Lei para regular aspectos da IA. Alguns deles, famosos, como os Projetos de Marco Legal da IA, de 2023, e de novo Código Civil, de 2024. A ideia é prever direitos e deveres, definir limites e fixar regras para seu uso não nocivo.
O fato é que as novas tecnologias estão mudando a maneira como trabalhamos, nos relacionamos e nos divertimos. Precisamos estar inseridos no mundo da inovação e do empreendedorismo tecnológico, e o Rio Innovation Week foi uma grande oportunidade para conhecer o novo e aprender com especialistas. A troca aconteceu com mais de 2,5 mil palestrantes, 2,2 mil startups e incubadoras, 350 expositores, além de mentorias, workshops e networking.
* Bruno Garcia Redondo, Doutor e Mestre em Direito, Professor da PUC-Rio e UFRJ e Procurador da UERJ
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