Publicado 19/09/2024 00:00
No Brasil estima-se que mais de 60 mil pessoas aguardem atualmente por um transplante de órgão ou tecido. Desses, uma parte significativa espera por um rim. Para cada um desses pacientes, o transplante não é apenas uma esperança de cura, mas muitas vezes, a única alternativa para a sobrevivência. Contudo, apesar de possuirmos um dos maiores programas públicos de transplantes do mundo, a realidade é que a demanda por órgãos é muito maior do que a oferta. Essa disparidade decorre em grande parte da falta de conscientização e informação sobre o processo de doação.
Doar órgãos é doar vida. Uma única pessoa doadora pode beneficiar e transformar a vida de mais de oito indivíduos, oferecendo não apenas órgãos, mas também tecidos essenciais para transplantar. No entanto, a decisão de doar é um assunto delicado e muitas vezes cercado por medos e mitos que precisam ser esclarecidos.
É crucial que todos compreendam que a doação de órgãos é um procedimento altamente respeitável e criterioso, tendo o Brasil uma das legislações mais rigorosas do mundo no que tange o diagnóstico da morte encefálica, condição onde o cérebro recebe um insulto e interrompe sua atividade irreversivelmente, ficando o coração funcionando pelo suporte intensivo que é dado com medicamentos e equipamentos, possibilitando que ele e outros órgãos sejam doados.
No Brasil, a atual legislação segue o modelo de doação consentida, onde a vontade de ser doador deve ser informada à família, pois são os parentes mais próximos que, em última instância, autorizam a doação. Portanto, é essencial comunicar esse desejo em vida, facilitando a decisão e o apoio familiar em um momento já tão delicado.
E esta recusa familiar ainda é uma das principais barreiras enfrentadas no Brasil, ocorrendo em até 40% das abordagens familiares. Muitas vezes, esse não é um "não" definitivo à doação, mas sim um reflexo da falta de informação e diálogo prévio. Cabe a nós, como sociedade e profissionais de saúde, investir em campanhas educativas contínuas e abrangentes, que abordem o tema com sensibilidade e clareza. Precisamos falar abertamente sobre os benefícios do transplante, compartilhar histórias de vidas transformadas e, acima de tudo, promover o entendimento de que a doação é um legado de amor e esperança para quem ainda tem batalhas a enfrentar.
Convido cada um de vocês a refletir sobre a possibilidade de ser um doador, a dialogar com suas famílias e a se informar sobre como esse gesto pode impactar inúmeras vidas. O caminho para um futuro onde todos tenham a chance de um segundo começo depende do engajamento e da conscientização de cada um de nós.
Que possamos, juntos, construir uma cultura de doação e esperança contínua, reforçando o valor da vida e do cuidado ao próximo.
PublicidadeDoar órgãos é doar vida. Uma única pessoa doadora pode beneficiar e transformar a vida de mais de oito indivíduos, oferecendo não apenas órgãos, mas também tecidos essenciais para transplantar. No entanto, a decisão de doar é um assunto delicado e muitas vezes cercado por medos e mitos que precisam ser esclarecidos.
É crucial que todos compreendam que a doação de órgãos é um procedimento altamente respeitável e criterioso, tendo o Brasil uma das legislações mais rigorosas do mundo no que tange o diagnóstico da morte encefálica, condição onde o cérebro recebe um insulto e interrompe sua atividade irreversivelmente, ficando o coração funcionando pelo suporte intensivo que é dado com medicamentos e equipamentos, possibilitando que ele e outros órgãos sejam doados.
No Brasil, a atual legislação segue o modelo de doação consentida, onde a vontade de ser doador deve ser informada à família, pois são os parentes mais próximos que, em última instância, autorizam a doação. Portanto, é essencial comunicar esse desejo em vida, facilitando a decisão e o apoio familiar em um momento já tão delicado.
E esta recusa familiar ainda é uma das principais barreiras enfrentadas no Brasil, ocorrendo em até 40% das abordagens familiares. Muitas vezes, esse não é um "não" definitivo à doação, mas sim um reflexo da falta de informação e diálogo prévio. Cabe a nós, como sociedade e profissionais de saúde, investir em campanhas educativas contínuas e abrangentes, que abordem o tema com sensibilidade e clareza. Precisamos falar abertamente sobre os benefícios do transplante, compartilhar histórias de vidas transformadas e, acima de tudo, promover o entendimento de que a doação é um legado de amor e esperança para quem ainda tem batalhas a enfrentar.
Convido cada um de vocês a refletir sobre a possibilidade de ser um doador, a dialogar com suas famílias e a se informar sobre como esse gesto pode impactar inúmeras vidas. O caminho para um futuro onde todos tenham a chance de um segundo começo depende do engajamento e da conscientização de cada um de nós.
Que possamos, juntos, construir uma cultura de doação e esperança contínua, reforçando o valor da vida e do cuidado ao próximo.
* Pedro Túlio Rocha é Presidente da Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro
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