Publicado 08/10/2024 00:00
Foram 18.613 pessoas que depositaram em mim a esperança na renovação política da cidade do Rio, me tornando o vereador mais jovem do próximo ciclo da Câmara Municipal, além do primeiro vereador eleito para representar a Zona Sul da cidade e o único representante da comunidade judaica no parlamento municipal. Enorme responsabilidade!
Por tudo isso, ontem era para ser um dia feliz de celebração, mas a comemoração foi incompleta. Há um ano, 07 de outubro de 2023, num sábado em que se comemorava a festa judaica de Simchat Torá, Israel sofreu o ataque terrorista mais sangrento de sua história, quando homens e mulheres de diversas idades e nacionalidades foram brutalmente atacados, estuprados, torturados e esquartejados pelo grupo terrorista Hamas. Nesse ataque mais de 250 pessoas foram feitas reféns e levadas para Gaza – e hoje, 101 ainda estão detidos.
Surpreendentemente, o mundo não foi unânime na condenação à brutalidade do ataque do grupo terrorista e somente meses após o pior atentado a alvos judeus, desde o Holocausto, é que alguns movimentos e organizações se manifestaram reconhecendo os crimes contra a humanidade. E hoje, temos evidente o antissionismo como uma forma de antissemitismo, fortemente intensificado após o ataque do Hamas e suplantando os direitos humanos universais.
No ataque, o objetivo do Hamas era fazer vítimas que estavam ou viviam no território do único país judaico no mundo, a única democracia do Oriente Médio, que ocupa uma área menor do que Sergipe, o menor estado do Brasil, cercada de países árabes. Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, muitas guerras e atentados aconteceram na região e, infelizmente, o Hamas e outros grupos terroristas, como o Hezbollah, a Jihad Islâmica, o ISIS, apoiados e financiados pelo Irã, alinhados a uma política teocrática religiosa extremista, mantêm a oposição à existência ao Estado de Israel e, ao invés de buscarem acordos diplomáticos para a criação do Estado Palestino, optam pela violência e destruição total.
Um ano após o ataque, ainda clamamos aos países democráticos para que pressionem o Hamas pela liberação dos reféns. Não tenho dúvida de que esse é o caminho necessário para a paz.
Embora não completamente feliz, reconheço que ontem foi um grande dia, de renovação da esperança e, neste sentido, os 18.613 votos conquistados nas urnas são muito simbólicos para este judeu aqui. O número 18 representa para a cultura judaica o valor numérico da palavra hebraica chai, que significa "vida", e 613 é o número de mandamentos da Torá. A esperança prevalece.
Agradeço a cada um que acredita no nosso projeto e reforço o meu compromisso de seguir com o trabalho buscando convergências para representar a todos nós!
Am Israel Chai!
* Flávio Valle, vereador eleito pelo Rio de Janeiro
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