Júlio FurtadoDivulgação
Publicado 11/10/2024 00:00 | Atualizado 11/10/2024 13:19
Estamos no mês em que se comemora o Dia do Professor e pesquisas recentes nos oferecem resultados para boas reflexões sobre a carreira docente. O estudo “O futuro da docência: desafios e percepções atuais sobre a carreira de professor”, da Rede Conectando Saberes, abordou tópicos como rotina, motivação e prática pedagógica. O resultado não pode ser considerado surpreendente, mas revela, cientificamente, aquilo que já sabemos. Trata-se de uma profissão em crise, que necessita da atenção urgente das autoridades por se tratar de atividade essencial para o progresso social e econômico do país.
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Cerca de 75% dos entrevistados acreditam que um dos principais fatores que fazem os professores desistirem ou pensarem em desistir da carreira docente está relacionado a questões psicológicas (stress, frustrações, ansiedade etc.) confrontadas com os baixos salários, falta de planos de carreira e baixo prestígio social da profissão. O déficit de aprendizagem agravado pela pandemia, o processo de reaprendizagem de socialização pós-pandemia e as múltiplas demandas impostas aos docentes exigem apoio urgente aos professores, caso não queiramos que 3 em cada 4 abandonem a profissão por desmotivação ou falta de saúde mental.
Uma outra recente pesquisa realizada pela ONG Todos pela Educação aponta que apenas 1 em cada 4 professores pesquisados sentiu-se preparado para entrar numa sala de aula ao se formar. Esse dado nos alerta fortemente da necessidade de revisão dos currículos e da estrutura das nossas Licenciaturas e da importância do oferecimento de formação continuada e do apoio aos professores iniciantes para que evitemos a desmotivação precoce dos recém-chegados à profissão.
O que nos traz esperança e deveria ser o ponto de partida dos governos para um grande projeto de resgate do Magistério é que nas pesquisas, os professores demonstram acreditar no poder da Educação e continuam se dedicando e se empenhando da melhor maneira que podem para melhorar sua atuação em sala de aula. Apontam, também, que oito em cada dez entrevistados concordam que, se pudessem escolher novamente, fariam a mesma escolha. E 91% afirmam que perceber que os alunos estão aprendendo é o que traz mais satisfação na profissão. Precisamos investir urgentemente no aumento dessa sensação. Parabéns pela resistência, professor!
* Júlio Furtado é professor e escritor
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