Raul VellosoDivulgação
Publicado 26/10/2024 00:00
Passado um pouco mais de um quinquênio do falecimento do ex-ministro do planejamento e irmão mais velho João Paulo dos Reis Velloso, criador do espaço de debates econômicos que passou a ficar conhecido simplesmente como Fórum Nacional, cuja manutenção/atualização foi uma nobre missão que dele herdei, resolvi homenagear seu criador pela divulgação, neste espaço, de rápidas reflexões sobre qual seria hoje seu provável posicionamento frente à difícil situação que o País atravessa, ele que dedicou boa parte de sua vida profissional à busca do que, do ponto de vista econômico, lhe parecia ser o melhor caminho para o País trilhar.
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Devo também anunciar aos meus leitores que promoverei em poucos dias dois ou mais eventos no Fórum Nacional (veja em https://www.youtube.com/results?search_query=forumnacional+inae), quando discutirei esse mesmo assunto com antigos companheiros de trabalho e estudos dele e meus.

Nesse contexto, ressalto que Velloso, como um dos ministros da área econômica mais longevos que houve à época do regime militar, era obcecado pela maximização da taxa de crescimento do PIB, e, portanto, dos empregos. A pergunta que estava sempre escrita em sua mente era: -- o que e como fazer para o País crescer mais? Lembro de sua fixação pelo crescimento médio do PIB ao redor de 8,8% a.a. (média da década de 70), taxa que, a seu ver, os dirigentes maiores do País deveriam sempre perseguir. Se fosse hoje seu assessor próximo e ele ainda vivesse, lhe diria que infelizmente essa taxa simplesmente desabou desde então, algo de que poucos parecem ter se dado conta, e nem mesmo expõem reflexões sobre o que deveria ser feito para o Brasil escapar de tal “armadilha do baixo crescimento”.

Dir-lhe-ia, em seguida, que, mesmo com tanto dirigente público de safra recente tendo subido nos novos palcos políticos que se formaram, mas incapazes de responder à dúvida há pouco levantada, a causa básica não seria muito difícil de deduzir: a queda simplesmente pela metade da taxa de investimento público em infraestrutura, de 1,2% para 0,6% do PIB entre 2006 e 2022, sem que a parcela do lado privado praticamente saísse do lugar, medida da mesma forma, tema esse cuja discussão de causas e consequências na verdade aparecem muito pouco na nossa mídia.

Aqui, devo concluir chamando a atenção do principal motivo para os investimentos públicos desabarem, qual seja, a disparada dos gastos previdenciários públicos que terminaram por pura e simplesmente apagar aqueles do mapa, ao ocuparem todo o espaço existente nos orçamentos para aumentar o gasto público.

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