Publicado 14/11/2024 00:00
O diabetes, doença caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue, representa um sério problema de saúde pública em todo o mundo. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, em 2021 existiam 537 milhões de pessoas vivendo com a doença. E esse número pode seguir aumentando. A estimativa é que, em 2030, 643 milhões tenham a doença e, em 2045, 783 milhões. No Brasil, o cenário não é diferente. O número de pessoas com a doença pode passar de 12,5 milhões para 20,3 milhões no período entre 2017 e 2045.
O diabetes representa um importante fator de risco para outras doenças cardiovasculares, cegueira, insuficiência renal e, até mesmo, amputação de membros inferiores. Entre 2000 e 2019, a taxa de mortalidade aumentou 13% nos países de baixo e médio rendimento. Estudos científicos apontam que, quando comparados com a população em geral, pessoas com diabetes apresentam 160% maior risco para doença coronariana e 132% maior risco para morte por doença cardiovascular. Algo assustador.
Além disso, o diabetes gera altos gastos com saúde pública. Em 2021, o Brasil ocupava o terceiro lugar entre aqueles com maiores custos relacionados à doença, com um custo de aproximadamente 43 bilhões de dólares.
Dentre os vários tipos de diabetes, o tipo-2, que responde por mais de 95% dos casos, ocorre em função da influência genética e de hábitos comportamentais.
Desde a década 80, há o interesse científico na prevenção deste tipo de diabetes em função de mudanças no estilo de vida, tais como redução do peso corporal, mudança de hábitos alimentares e aumento da prática de atividade física.
A importância da atividade física para o enfrentamento do diabetes tipo-2 tem sido estudada há muitos anos. As evidências científicas comprovam que a prática de atividade física deve ser uma estratégia prioritária na prevenção da doença.
Os benefícios da atividade física no organismo que explicam sua importância para o enfrentamento da doença são: redução da resistência à insulina; aumento da secreção de insulina, da função das células beta-pancreáticas e da produção de GLUT-4 (proteína transportadora de glicose); maior utilização da glicose para produção de energia, redução do tecido adiposo visceral e melhora da sensibilidade à insulina.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 a 300 minutos por semanas de atividade física em intensidade moderada, 75 a 150 minutos em intensidade vigorosa ou ainda uma combinação de ambos para que ocorram benefícios protetores ao organismo. Além disso, em pelo menos dois dias na semana, devem ser realizados exercícios de força muscular com duração de 60 minutos.
Várias são as formas de praticar atividade física e prevenir o diabetes, tais como caminhar, andar de bicicleta, correr, nadar, dançar, ... É importante mencionar que as atividades de deslocamento (andar para pegar um transporte), tarefas domésticas (jardinagem, limpeza do lar) e atividades no trabalho (subir escadas, pegar objetos) também são formas de atividade física e devem ser estimuladas.
A saúde de toda e qualquer pessoa depende de muitos fatores e não é preciso esperar uma doença ocorrer para adotar um estilo de vida ativo e saudável. A prevenção é mais eficiente do que a cura. Quando promovemos a saúde, prevenimos a doença
PublicidadeO diabetes representa um importante fator de risco para outras doenças cardiovasculares, cegueira, insuficiência renal e, até mesmo, amputação de membros inferiores. Entre 2000 e 2019, a taxa de mortalidade aumentou 13% nos países de baixo e médio rendimento. Estudos científicos apontam que, quando comparados com a população em geral, pessoas com diabetes apresentam 160% maior risco para doença coronariana e 132% maior risco para morte por doença cardiovascular. Algo assustador.
Além disso, o diabetes gera altos gastos com saúde pública. Em 2021, o Brasil ocupava o terceiro lugar entre aqueles com maiores custos relacionados à doença, com um custo de aproximadamente 43 bilhões de dólares.
Dentre os vários tipos de diabetes, o tipo-2, que responde por mais de 95% dos casos, ocorre em função da influência genética e de hábitos comportamentais.
Desde a década 80, há o interesse científico na prevenção deste tipo de diabetes em função de mudanças no estilo de vida, tais como redução do peso corporal, mudança de hábitos alimentares e aumento da prática de atividade física.
A importância da atividade física para o enfrentamento do diabetes tipo-2 tem sido estudada há muitos anos. As evidências científicas comprovam que a prática de atividade física deve ser uma estratégia prioritária na prevenção da doença.
Os benefícios da atividade física no organismo que explicam sua importância para o enfrentamento da doença são: redução da resistência à insulina; aumento da secreção de insulina, da função das células beta-pancreáticas e da produção de GLUT-4 (proteína transportadora de glicose); maior utilização da glicose para produção de energia, redução do tecido adiposo visceral e melhora da sensibilidade à insulina.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 a 300 minutos por semanas de atividade física em intensidade moderada, 75 a 150 minutos em intensidade vigorosa ou ainda uma combinação de ambos para que ocorram benefícios protetores ao organismo. Além disso, em pelo menos dois dias na semana, devem ser realizados exercícios de força muscular com duração de 60 minutos.
Várias são as formas de praticar atividade física e prevenir o diabetes, tais como caminhar, andar de bicicleta, correr, nadar, dançar, ... É importante mencionar que as atividades de deslocamento (andar para pegar um transporte), tarefas domésticas (jardinagem, limpeza do lar) e atividades no trabalho (subir escadas, pegar objetos) também são formas de atividade física e devem ser estimuladas.
A saúde de toda e qualquer pessoa depende de muitos fatores e não é preciso esperar uma doença ocorrer para adotar um estilo de vida ativo e saudável. A prevenção é mais eficiente do que a cura. Quando promovemos a saúde, prevenimos a doença
* André Luis Messias é Professor de educação física formado pela UFRRJ, mestre em Ciências Cardiovasculares pelo Instituto Nacional de Cardiologia e doutorando em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fiocruz
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