Publicado 08/01/2025 00:00
O Rio da Banqueta e sua barragem desempenham um papel essencial no abastecimento hídrico de Angra dos Reis, fornecendo água para aproximadamente 60% da cidade. A Banqueta abastece regiões fundamentais, como o centro da cidade, Grande Japuíba, Balneário, Parque das Palmeiras, além de diversos morros e bairros adjacentes.
Nessas áreas, concentram-se as principais atividades econômicas, sociais e comerciais do município, o que resulta em uma sobrecarga diária neste recurso. Mesmo assim, poucas pessoas sabem da sua importância e seguem acreditando que a água seja um recurso infinito ou que venha diretamente da torneira, uma utopia que não nos cabe mais. Se formos analisar friamente, a água não é utilizada somente para beber, temos o uso comercial, sanitário e tantos outros.
Uma diminuição gradativa pode gerar questões humanitárias graves e todos os cenários são ruins, como o aparecimento de mais doenças.
Atualmente, a região está tomada por construções residenciais que crescem a cada dia, e o pior, desenvolvidas por cima do leito do rio. Para intensificar a questão, a população aumenta, o turismo se intensifica em determinadas épocas do ano e, consequentemente, a água se torna cada vez mais escassa. Não posso dizer, por exemplo, que nadei neste rio, mas o entorno mudou drasticamente.
Trabalhei nesta região há 30 anos e já era um recurso sacrificado. No final de 2023, por conta de um programa de monitoramento que fizemos no CBH-BIG, precisei retornar ao local e tive uma triste surpresa: não se vê mais o rio, somente casas e a captação. O que estava ruim se tornou impraticável e, sem querer parecer alarmista, uma bomba relógio, com potenciais impactos críticos à sustentabilidade hídrica e ao equilíbrio ecológico da região.
Plantar árvores, recuperar mata, gastar menos água..., muitas são as formas de recuperar um corpo hídrico e preservar a fauna e flora. Ainda há tempo, sem dúvida. Costumo dizer que “água é igual dinheiro: ou você ganha mais ou gasta menos”. Você pode ganhar mais água? Sim. Com reflorestamento, por exemplo, mas ainda sim temos que gastar menos, ter um uso racional e um sistema de distribuição com menos perdas no sistema de abastecimento.
Cada um tem que fazer a sua parte na sua casa, fechar a torneira, preservar áreas de recarga, reflorestar mudar o comportamento e a nossa relação com a água.
O plano diretor, o município, os cidadãos, toda a sociedade não podem mais conviver com essa situação, novos e velhos empreendimentos devem rever seus consumos e buscar fontes alternativas e inovação, o uso racional, combate ao desperdício reuso... Não quero parecer alarmista, mas a situação atual não pode continuar!
Quando os nossos pais ficam velhos, começamos a olhar tudo o que poderíamos ter feito antes. A gente sempre acha que eles estarão sempre disponíveis. O rio é assim. Ele está ficando velho, mas ainda dá tempo, não de aproveitarmos os últimos momentos, mas de recomeçar. O ser humano a gente perde, infelizmente, mas o rio dá para voltar. Ainda tem tempo de conviver de uma forma diferente.
A frase de Guimarães Rosa cabe bem aqui: “Liberdade, água e saúde a gente só dá valor quando se perde”. E eu coloco as nossas mães nesse contexto. Água, liberdade, saúde e mãe a gente só dá valor quando perde.”
Podem achar que estou apelando para o que há de mais sagrado para nós que são nossas mães, podem apostar que estou, a natureza é nossa mãe e os rios e uma fonte de expressão da natureza como nossas mães se doam a vida inteira por nós, só querem nosso bem, como os rios, vamos nos reencontrar com eles e seguir a vida juntos.
PublicidadeNessas áreas, concentram-se as principais atividades econômicas, sociais e comerciais do município, o que resulta em uma sobrecarga diária neste recurso. Mesmo assim, poucas pessoas sabem da sua importância e seguem acreditando que a água seja um recurso infinito ou que venha diretamente da torneira, uma utopia que não nos cabe mais. Se formos analisar friamente, a água não é utilizada somente para beber, temos o uso comercial, sanitário e tantos outros.
Uma diminuição gradativa pode gerar questões humanitárias graves e todos os cenários são ruins, como o aparecimento de mais doenças.
Atualmente, a região está tomada por construções residenciais que crescem a cada dia, e o pior, desenvolvidas por cima do leito do rio. Para intensificar a questão, a população aumenta, o turismo se intensifica em determinadas épocas do ano e, consequentemente, a água se torna cada vez mais escassa. Não posso dizer, por exemplo, que nadei neste rio, mas o entorno mudou drasticamente.
Trabalhei nesta região há 30 anos e já era um recurso sacrificado. No final de 2023, por conta de um programa de monitoramento que fizemos no CBH-BIG, precisei retornar ao local e tive uma triste surpresa: não se vê mais o rio, somente casas e a captação. O que estava ruim se tornou impraticável e, sem querer parecer alarmista, uma bomba relógio, com potenciais impactos críticos à sustentabilidade hídrica e ao equilíbrio ecológico da região.
Plantar árvores, recuperar mata, gastar menos água..., muitas são as formas de recuperar um corpo hídrico e preservar a fauna e flora. Ainda há tempo, sem dúvida. Costumo dizer que “água é igual dinheiro: ou você ganha mais ou gasta menos”. Você pode ganhar mais água? Sim. Com reflorestamento, por exemplo, mas ainda sim temos que gastar menos, ter um uso racional e um sistema de distribuição com menos perdas no sistema de abastecimento.
Cada um tem que fazer a sua parte na sua casa, fechar a torneira, preservar áreas de recarga, reflorestar mudar o comportamento e a nossa relação com a água.
O plano diretor, o município, os cidadãos, toda a sociedade não podem mais conviver com essa situação, novos e velhos empreendimentos devem rever seus consumos e buscar fontes alternativas e inovação, o uso racional, combate ao desperdício reuso... Não quero parecer alarmista, mas a situação atual não pode continuar!
Quando os nossos pais ficam velhos, começamos a olhar tudo o que poderíamos ter feito antes. A gente sempre acha que eles estarão sempre disponíveis. O rio é assim. Ele está ficando velho, mas ainda dá tempo, não de aproveitarmos os últimos momentos, mas de recomeçar. O ser humano a gente perde, infelizmente, mas o rio dá para voltar. Ainda tem tempo de conviver de uma forma diferente.
A frase de Guimarães Rosa cabe bem aqui: “Liberdade, água e saúde a gente só dá valor quando se perde”. E eu coloco as nossas mães nesse contexto. Água, liberdade, saúde e mãe a gente só dá valor quando perde.”
Podem achar que estou apelando para o que há de mais sagrado para nós que são nossas mães, podem apostar que estou, a natureza é nossa mãe e os rios e uma fonte de expressão da natureza como nossas mães se doam a vida inteira por nós, só querem nosso bem, como os rios, vamos nos reencontrar com eles e seguir a vida juntos.
Engenheiro Cesar Bassi, diretor do Comitê de Bacia Hidrográfica Baía da Ilha Grande
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