Publicado 16/07/2021 07:49
Petrópolis - A redução na demanda por internações de pacientes com covid-19, que vem sendo registrada desde o início do mês de junho, abriu caminho para uma importante mudança na rede: a Secretaria de Saúde está trabalhando na reestruturação do sistema, aproveitando vagas ociosas antes destinadas a pacientes infectados pelo coronavírus para ampliar o número de leitos clínicos e de UTI para a internação de pacientes com doenças não relacionadas à covid-19.
A medida, adotada inicialmente no Hospital Alcides Carneiro e no Hospital Clínico de Corrêas, agora está sendo implementada também no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, onde 34 leitos antes destinados a pacientes com covid-19 agora, após desinfecção, atendem pessoas com outras doenças.
A reversão de leitos foi possível com a queda sustentada na demanda por internação de pacientes com covid-19 nos últimos 45 dias. “Estamos acompanhando os dados e observamos queda significativa na demanda por leitos covid-19. Por outro lado, tivemos aumento na demanda por leitos não covid. Mantivemos o monitoramento e agora, com responsabilidade e planejamento, estamos fazendo a reversão. Iniciamos o trabalho e, com cuidado, organizamos a mudança, garantindo o isolamento das áreas que permanecerão com os pacientes infectados pelo coronavírus”, explica o secretário de Saúde, Aloisio Barbosa da Silva Filho, lembrando que a Secretaria faz o monitoramento constante das internações em leitos covid e não covid.
Os números:
O percentual de internações em leitos de UTI covid, que em 30 de março chegou a 99,7% na rede pública, desde 7 de junho se mantém abaixo de 50%, estando na quarta-feira em 44,32%. A redução na demanda também é observada em leitos clínicos, cuja taxa de ocupação chegou a 93% em 1º de abril e, na última quarta-feira (14/07), estava em 20,90%.
O percentual de internações em leitos de UTI covid, que em 30 de março chegou a 99,7% na rede pública, desde 7 de junho se mantém abaixo de 50%, estando na quarta-feira em 44,32%. A redução na demanda também é observada em leitos clínicos, cuja taxa de ocupação chegou a 93% em 1º de abril e, na última quarta-feira (14/07), estava em 20,90%.
“A rede de Saúde viveu um período de estresse em março e abril deste ano, com um pico de casos de covid-19. A cidade chegou a registrar 374 pacientes internados no início de abril - considerando leitos públicos e privados. Com planejamento, conseguimos ampliar a oferta de leitos covid para pacientes do sistema público no município e atender a demanda”, explica o secretário Aloisio Barbosa, lembrando que a Prefeitura conseguiu ampliar a o número de leitos, chegando a ofertar 124 leitos de UTI na rede SUS, entre leitos próprios e conveniados.
“Assim a rede conseguiu absorver toda demanda, evitando que os petropolitanos precisassem ser transferidos para outros municípios. Com a queda verificada nos últimos 45 dias, parte destes leitos começaram a ficar ociosos. A reversão permitiu que estes leitos fossem liberados para atender pacientes que precisam de internação, por conta de outras doenças”, diz.
Com a queda na demanda de pacientes com covid, no Hospital Nelson de Sá Earp, 34 leitos estão sendo revertidos para atender pacientes com doenças não relacionadas a covid-19 – toda área do segundo andar do hospital. São 24 leitos clínicos e 10 leitos de UTI disponibilizados para pacientes com doenças não relacionadas à covid-19.
“Temos observado nos últimos 45 dias uma diminuição brusca dos casos moderados graves no HMNSE, o que nos permitiu liberar todo o segundo andar do hospital e fazer esta reversão de leitos”, explica o infectologista e diretor médico do HMNSE, Marco Liserre, que avalia que a redução na demanda de pacientes com quadro grave da doença já é um reflexo da vacinação dos petropolitanos.
“Desde o início da pandemia nós, especialistas em doenças infecciosas, temos falado que a única forma plausível de controle da pandemia é com a vacinação. Em Petrópolis, o prefeito, Hingo Hammes, e o secretário de Saúde vêm trabalhando para acelerar este processo de vacinação. Estamos à frente de muitas outras cidades do interior. Temos mais de 50% da população que já recebeu a primeira dose. Espera-se que até o fim de agosto toda população acima de 18 anos já esteja sendo vacinada com a primeira dose e uma boa parte da população também tenha recebido a segunda dose. Isso permitirá um controle da pandemia, com redução maior nos casos graves e nas internações”, avalia, lembrando que o departamento de Epidemiologia da Vigilância em Saúde tem um trabalho reconhecido.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.