Publicado 12/11/2024 17:33
Petrópolis - No último domingo (10), o Café Concerto do Centro Cultural Sesc Quitandinha foi o cenário vibrante da pré-estreia do curta-metragem “Marcação Cerrada”, uma obra inovadora protagonizada exclusivamente por atores com Síndrome de Down. Em uma noite que ficará marcada na memória de todos, duas sessões completamente lotadas contaram com a presença do elenco que, de forma calorosa, interagiu com o público e compartilhou percepções em rodas de conversas calorosas após a exibição.
PublicidadeO evento contou com a presença do Deputado Federal Hugo Leal, que acompanhou a primeira sessão e destacou a originalidade do curta, ressaltando sua importância como o primeiro filme do gênero a trazer protagonismo completo aos atores com Síndrome de Down.
“A narrativa é toda contada em primeira pessoa, o que achei muito original – nunca vi um filme do gênero neste formato! O projeto é muito importante, pois valoriza o diálogo e a diversidade, como também promove a inclusão de um jeito muito especial”, enfatizou.
Idealizado pelo cineasta petropolitano Rodolfo Medeiros, cuja trajetória de mais de 20 anos na educação inclusiva inspirou a criação do curta, “Marcação Cerrada” surgiu de um sonho antigo. Medeiros, emocionado, relatou que compartilhou a ideia pela primeira vez com a fonoaudióloga Margareth Castellain, coordenadora do Projeto Andorinhas, um programa de desenvolvimento para a autonomia de pessoas com Síndrome de Down. A pandemia de Covid-19 impôs uma pausa nos planos, mas, em 2023, com o apoio do Edital da Lei Paulo Gustavo, o projeto foi finalmente concretizado.
Castellain compartilha que os ensaios aconteceram entre fevereiro e julho, com encontros duas vezes por semana, e todos os integrantes estavam extremamente empolgados. “Este trabalho não só realizou os sonhos das pessoas com Síndrome de Down, mas também mostrou para as famílias e para a sociedade que elas existem. O maior impacto foi vê-los na tela, todos felizes. Esse sentimento de pertencimento se expande com o filme, e é tocante ver os pais observando seus filhos representando e levando a sério todo esse esforço.”
Já a produtora associada Tatiana D’Angelo relembra com entusiasmo o primeiro dia de gravação, realizado no Estádio do Maracanã: “Foram oito horas de filmagem intensas, e os atores demonstraram uma disposição e determinação inspiradoras,” afirmou.
“Marcação Cerrada” destaca-se como uma obra que transcende o cinema convencional, promovendo um olhar sensível e profundo sobre a inclusão e a diversidade, e marca um avanço significativo na representação artística.
Para Rodolfo Medeiros, o projeto do curta-metragem busca promover a diversidade e dar voz àqueles que merecem ser ouvidos. Segundo ele, "Marcação Cerrada" é uma forma de aproximar o público das vivências e potencialidades das pessoas com deficiência, promovendo um diálogo inclusivo e sensibilizador.
"Queremos romper barreiras e desafiar percepções limitantes, mostrando que o talento e a expressão artística transcendem qualquer limitação imposta pela sociedade", finaliza o cineasta.
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