Publicado 24/07/2021 11:00
Uma jovem de 28 anos, moradora de Porto Real, no Sul do Estado, sofreu uma trombose venosa cerebral faltando duas semanas para o próprio casamento. Uma das suspeitas é que a complicação tenha sido oriunda do pós-Covid, já que ela se infectou em novembro do ano passado. Depois de nove dias internada, após alta hospitalar, ela conseguiu realizar o sonho no último sábado (17).
Lenize Alves é médica veterinária e conta que começou com os primeiros sintomas no dia 3 de julho quando teve vômito e dor de cabeça muito forte. Ela chegou a procurar um hospital e foi medicada, fazendo diminuir a intensidade das reações. No dia 5 de julho, ela foi levada para um hospital particular em Resende, cidade vizinha, já inconsciente. "Nesta dia eu perdi todos os sentidos, não falava, não andava. Meu noivo e meus pais me levaram para um hospital e na tomografia já foi constatado que eu estava sofrendo uma trombose venosa cerebral", completa.
Segundo Lenize, ela foi diagnosticada com quatro trombos, que são quando coágulos de sangue entopem as artérias do cérebro, podendo levar a morte. Por conta da gravidade do caso, ela precisou ser internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital. "Eu só fiquei sabendo de tudo isso na terça-feira quando acordei e os médicos me falaram que as suspeitas eram o pós-Covid ou o uso do anticoncepcional nos últimos anos", relata.
No ano passado, quando foi infectada pelo coronavírus, Lenize conta que teve sintomas fortes de gripe e que não precisou ser hospitalizada. "Eu nunca imaginei que pudesse ter uma doença tão grave depois do Covid, principalmente por ter tido uma forma leve, que mesmo com sintomas de gripe forte, não necessitou de internação na época", enfatiza.
Mesmo com o quadro frágil que inspirava cuidados especiais, Lenize não se esqueceu de um sonho que estava prestes a realizar. Seu casamento estava marcado para o dia 17 de julho de 2021. A escolha tinha um motivo muito especial. "Essa data foi escolhida porque é o aniversário de casamento dos meus pais e dos meus sogros, então era uma data que eu não abria mão", afirma, acrescentando que, para ela, a data limite para a alta era o dia 13 quando iria fazer a prova do vestido de noiva antes do casamento.
Com o tratamento avançado, Lenize saiu do CTI depois de cinco dias e foi transferida para a enfermaria. "Mesmo a trombose tendo tido uma extensão tão grande, a minha recuperação foi muito boa. Saí andando, falando, não tive nenhuma sequela graças a Deus". A alta do hospital foi exatamente no dia 13 de julho, quando Lenize saiu e foi direto provar o vestido de noiva para o tão esperado dia do sim. No sábado, dia 17 de julho, Lenize e o noivo Eduardo, se casaram numa cerimônia restrita a familiares e amigos por conta das medidas de controle da pandemia (veja foto abaixo).
Mesmo fora do hospital, a veterinária conta que terá que seguir com o tratamento. "Vou continuar com acompanhamento de neurologista, oftalmologista, fonoaudiólogo e hematologista por, pelo menos, mais seis meses. No meu último exame, o trombo já estava em redução", comemora.
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