Publicado 13/08/2021 20:06 | Atualizado 13/08/2021 20:07
QUISSAMÃ - A Secretaria de Saúde de Quissamã, no Norte Fluminense, através do Programa de Planejamento Familiar e Ligadura Legal, retomou no último mês, as cirurgias de vasectomia, consideradas eletivas, que haviam sido suspensas por conta da pandemia de Covid-19. Os 19 homens que realizaram as inscrições em 2020, já estão sendo chamados.
A expectativa é que o número de cirurgias cresça em agosto. Seguindo todos os procedimentos de segurança, os usuários farão a coleta das secreções por meio do swab (um cotonete longo e estéril), que é aplicado na região da garganta logo atrás do nariz e da boca, no Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus aos sábados e nas quartas-feiras seguintes, com o resultado negativo, será realizada a vasectomia.
O projeto oferece aos quissamaenses métodos como vasectomia, dispositivo intrauterino (DIU), anticoncepcionais orais e injetáveis, além da distribuição de preservativos. A Unidade de Saúde direciona o candidato, que deve estar dentro dos quesitos preestabelecidos, como ser residente no município, ter mais de 25 anos e com no mínimo, dois filhos vivos. Ele passa pelo serviço social, psicóloga, enfermeira e depois é encaminhado para o urologista.
Foi registrado um aumento significativo da demanda de cirurgias de vasectomia, configurando êxito na metodologia de trabalho adotada, que é de desfazer tabus e mitos que rondam a cabeça masculina sobre o assunto. Os fantasmas mais temidos são os da impotência sexual, diminuição da masculinidade, dor e irreversibilidade do procedimento. Nos últimos cinco anos (2016 a 2020, ano que iniciou a pandemia), foram realizadas 114 vasectomias, enquanto nos seis anos anteriores (2010 e 2015), apenas dez cirurgias por ano.
“A principal vantagem do homem realizar a vasectomia, é o maior controle sobre o planejamento familiar, pois cerca de três a seis meses depois desse procedimento, a mulher não correrá o risco de uma gravidez indesejada e ela não precisará usar métodos anticoncepcionais, como a pílula, a injeção ou o DIU”, afirmou a Enfermeira, Gláucia Favilla.
A assistente social Isabel Alves é a responsável por explicar o procedimento e fazer com que a pessoa preencha uma declaração em que concorda com o serviço. O documento é registrado em cartório. Vale ressaltar também, que a cirurgia é rápida, dura cerca de 30 minutos aproximadamente e o paciente recebe alta logo em seguida. O programa é tão bem executado, que o município de São João da Barra se interessou e virá a Quissamã para conhecer melhor, para poder colocá-lo em prática.
“Tenho 27 anos e dois filhos, mas minha esposa engravidou de gêmeos. Em breve lá em casa, seremos seis pessoas e o custo de vida está caro demais. Por isso, optei pela vasectomia. Sou grato ao município por proporcionar, para nós, que somos de baixa renda, essa tranquilidade, pois se precisasse pagar, não seria possível”, declarou Alexandre Pessanha.
No caso da colocação do dispositivo intrauterino (DIU), um pequeno objeto de plástico em formato de T inserido no útero para atuar como contraceptivo, mesmo com a pandemia, o serviço não parou. Josiele Silva, de 30 anos e mãe de dois filhos, optou pelo DIU em função de ter na família muitos casos de trombose. Ela tem receio também de uma nova gravidez, já que possui um filho especial.
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